Incentivar, estimular a participação, promover o acesso e reforçar a importância do tratamento igualitário para ampliar a presença das mulheres nos campos da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Estes são alguns dos propósitos do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e celebrado em 11 de fevereiro.
A Unesco estima que atualmente 30% de cientistas do mundo sejam mulheres. E entre as pessoas que estão em formação, os estudantes matriculados em cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática, 35% são mulheres. Preocupada com a representatividade, a Academia Brasileira de Ciências promoveu ativamente uma mudança e elegeu em 2022 mais cientistas mulheres do que homens para o quadro titular de acadêmicos. Ao todo, oito dos treze novos membros do quadro titular são pesquisadoras e reforçam o intuito de criar referência para atrair cada vez mais as jovens para a carreira científica.
A Basf, como uma das maiores indústrias químicas do mundo e que tem aplicado anualmente mais de 2 bilhões de euros em Pesquisa & Desenvolvimento, busca promover a equidade de gênero, empoderar mulheres em diversos níveis hierárquicos, desenvolvendo talentos e as incentivando a ocuparem cargos de liderança. Mais de 33% do quadro de colaboradores da Basf na América do Sul já são mulheres – 35% em cargos de liderança, segundo o Relatório Anual de 2021 e muitas delas trabalhando diretamente com a produção científica, nos laboratórios de aplicação e de Pesquisa & Desenvolvimento da companhia.
A engenheira bioquímica, Gabriela Budemberg, é uma das cientistas que está à frente dos trabalhos de Pesquisa e Desenvolvimento no segmento de soluções para mineração da Basf. Foi ao conseguir o estágio na companhia, aos 22 anos, quando cursava o 5º ano de Engenharia Bioquímica na Universidade de São Paulo que conheceu o universo da mineração, que é ainda predominantemente masculino. O trabalho no desenvolvimento de soluções nos laboratórios abriu um universo de possibilidades e despertou a paixão pela área. Inclusive seguiu com o mestrado voltado para a síntese de novos materiais na USP.
Liberdade de criação
Seu trabalho em desenvolvimento na companhia oferece a liberdade de criação, a busca por novas possibilidades, resolver problemas – especialmente os específicos de cada cliente. Construiu uma carreira sólida e hoje é responsável pelo desenvolvimento global de flotação de não-sulfetos (fosfato, nióbio e minério de ferro), e faz a troca constante com especialistas da Basf em outros países.
“Apesar do preconceito estar arraigado na nossa sociedade, vejo que com o tempo e paciência veremos as mudanças acontecendo. O mais importante é a mudança cultural, que é construída aos poucos”, considera. Na área de mineração na América do Sul da Basf, as mulheres ocupam 50% dos cargos de liderança.
Aos 27 anos, a Engenheira Química Gabriela Uchôna foi finalista num prêmio de Inovação da companhia para a América do Sul pelo desenvolvimento de um solvente de origem vegetal e biodegradável que atua na proteção contra contaminação por bactérias e fungos – evita mau odor em esponjas e roupas, por exemplo. Há 6 anos a jovem cientista desenvolve soluções para produtos de limpeza doméstica na companhia.
“A cada ano fui percebendo o número de mulheres crescendo na faculdade, numa área que era historicamente dominada por homens” considera. “Acredito que a ciência pode solucionar a maioria dos problemas do mundo, depende apenas de interesse e investimento, inclusive para a formação das pessoas desde o ensino básico”, defende Gabriela.
Recém-chegada aos laboratórios de Formuladores Industriais, a estagiária de aplicação Isabely Fernanda dos Santos Ribeiro está muito feliz com a autonomia e liberdade para sugerir ideias e a possibilidade se integrar completamente em projetos em aditivos para agro e formulações para a indústria de álcool e açúcar. “Entendo que as mulheres já estão presentes na ciência, ao menos na minha faculdade e aqui na Basf. É uma realidade que já está acontecendo e espero que aconteça cada vez mais”.
Essas histórias mostram que há um terreno fértil para as mulheres se desenvolverem e crescerem ainda mais no mundo da ciência. Cada dia é uma nova oportunidade para tomar decisões, e essas mulheres, cada uma a partir de seu papel, de sua paixão, mostram o espaço que existe para que as histórias sobre mulheres na ciência continuem a ser criadas e contadas.
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