A Arauco realizou, nesta quarta-feira, em Inocência (MS), a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Projeto Sucuriú, marcando oficialmente o início das obras de sua primeira fábrica de celulose no Brasil. Com um investimento de US$4,6 bilhões, a nova unidade, maior do mundo construída em etapa única, terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano e previsão de início das operações até o final de 2027.
O Projeto conta uma área total de 3.500 hectares, sendo mais de 4.800.00 m² de área construída, onde acontecerá a montagem das principais estruturas da fábrica, incluindo setores de preparação de madeira, cozimento, branqueamento, secagem, recuperação química e geração de energia, entre outras instalações.
Durante as obras, mais de 14 mil empregos diretos serão gerados. Em operação, o projeto deve empregar cerca de 6 mil pessoas nas áreas industrial, florestal e logística.
Além de impulsionar a geração de emprego e renda, o Projeto Sucuriú contribuirá para o aumento da arrecadação tributária e a atração de novos investimentos, fortalecendo a posição do Mato Grosso do Sul como referência global no setor de celulose.
Investimento local, projeção global
Para o CEO Global da Arauco, Cristián Infante, o Projeto Sucuriú representa a união entre inovação e a possibilidade de geração de desenvolvimento com sustentabilidade. “Somos uma companhia global que utiliza um recurso renovável essencial e busca gerar valor econômico, social e ambiental de forma simultânea. Acreditamos que esse desenvolvimento deve ser pautado pelo respeito à natureza e pelo bem-estar das pessoas e comunidades. Por isso, seguimos promovendo um ambiente seguro, inclusivo e colaborativo, garantindo que esse Projeto traga uma transformação positiva para Mato Grosso do Sul”.
O presidente da Arauco Brasil, Carlos Altimiras, reforçou a relevância da participação colaborativa do poder público e de entidades do setor, além da escuta ativa com a comunidade. “Com diálogo e parceria junto à Prefeitura, ao Governo do Estado e às demais lideranças, celebramos o compromisso e o vínculo com essa região e as pessoas, porque um Projeto grandioso como o Sucuriú, tem o potencial de deixar, com igual grandeza, um legado no presente e para as futuras gerações. E só quem valoriza a origem e o respeito à história pode fazer isso abraçando esta comunidade e todo seu entorno”, avaliou.
Com a construção da nova unidade, a Arauco fortalece sua atuação no Brasil e reforça sua posição de destaque no mercado global, já que é uma das líderes mundiais em capacidade produtiva no setor de celulose.
Ao celebrar o marco do Projeto Sucuriú, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou o avanço da indústria no país.
“Em 2022, o Brasil estava em 70º lugar no mundo na indústria e, no ano passado, chegamos à 25ª posição. A nova indústria une pesquisa, desenvolvimento e inovação, dando impulso à economia. Estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que os investimentos no Brasil, em 15 anos após a reforma tributária, devem aumentar 14%. Com isso, vivemos um novo tempo. O desenvolvimento é o novo nome da paz — a paz que é fruto do emprego. Quando as pessoas têm trabalho e renda, podem, com o suor do próprio esforço, criar suas famílias e viver com dignidade”.
Inovação e ciclos fechados
No Projeto Sucuriú, o cuidado com a biodiversidade norteia todas as etapas, das obras à operação, com ações que priorizam o cultivo responsável de florestas e o manejo sustentável, além de monitoramento contínuo da fauna e flora, identificando espécies nativas e mapeando áreas prioritárias para conservação.
A companhia trabalha, de forma contínua, com um Plano de Gerenciamento e Monitoramento Ambiental focado na qualidade e controle de consumo da água, efluentes sanitários, resíduos sólidos, ruído e vibração ambiental, controle de poeira e fumaça preta, entre outros aspectos.
Ao todo, são 24 Programas que reúnem iniciativas para minimizar os impactos ambientais da construção, incluindo o Plano Básico Ambiental (PBA), exigido pela legislação brasileira como parte do processo de licenciamento, com ações de mitigação ambiental e social, como por exemplo a recuperação, monitoramento e gestão de resíduos.
Com diretrizes ambientais rigorosas para preservação dos recursos naturais, o Projeto Sucuriú tem como um de seus pilares a operação com eficiência hídrica: o consumo será de 26 m³ de água por tonelada de celulose produzida – um dos índices mais baixos do setor, com 100% do efluente tratado. O volume de água captado será majoritariamente devolvido ao Rio Sucuriú, com cerca de 90% do volume captado de volta pela operação.
Água
Para o reuso de água pluvial, a Arauco está construindo uma Central de Tratamento e Valorização de Resíduos para transformar o material resultante em produtos úteis, priorizando que nada seja destinado a aterros sanitários e fortalecendo o conceito de economia circular. Nesse processo, serão produzidos o composto de solo, feito com resíduos orgânicos, e o corretivo de acidez do solo, produzido a partir dos inorgânicos do processo de celulose. O lodo primário e secundário gerados na estação de tratamento de efluentes (ETE) serão queimados na Caldeira de Força para geração de energia e a movimentação dele será realizada por correias transportadoras, para redução da emissão de poluentes.
A nova unidade será autossuficiente em geração de energia renovável. A Caldeira de Recuperação, a maior do mundo no setor de papel e celulose, utilizará licor preto (subproduto do cozimento da madeira) para gerar eletricidade, enquanto a Caldeira de Força aproveitará resíduos do processo produtivo com a mesma finalidade. A fábrica contará ainda com uma Planta de Gaseificação, que permitirá a produção de biocombustível renovável, reduzindo significativamente a dependência de combustíveis fósseis.
Serão mais de 400 megawatts (MW) de capacidade de geração de energia, sendo 200 MW destinados ao consumo interno, o excedente disponibilizado será suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes, reforçando o compromisso da Arauco com a transição energética e a descarbonização.
Todo o maquinário do Projeto Sucuriú contará com tecnologia da indústria 5.0, com controles de processos e simuladores para treinamentos operacionais e com a integração de soluções de conectividade, do processamento da madeira até o controle de qualidade da celulose, o que trará segurança e otimização para a operação e contribuirá para excelência na eficiência do uso de recursos.
Sobre a Arauco Brasil
No país desde 2002, a Arauco atua nos segmentos florestal e de madeiras com o propósito de, a partir da natureza e de fontes renováveis, contribuir com as pessoas e o planeta. Emprega mais de 3.000 colaboradores próprios e conta com 5 unidades industriais brasileiras.
As plantas estão distribuídas entre a produção de painéis, em três fábricas localizadas nas cidades de Jaguariaíva (PR), Ponta Grossa (PR) e Montenegro (RS); painéis e molduras, na planta localizada em Piên (PR); resinas e químicos, na unidade de Araucária (PR) e, em 2027, prepara-se para inaugurar sua primeira fábrica de celulose branqueada em Inocência (MS).
Com atuação orientada por práticas ESG, a Arauco possui certificação FSC (Forest Stewardship Council) em suas florestas, que reconhece o manejo ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável. A companhia também foi a primeira do mundo a receber a certificação Carbono Neutro, em 2020, emitida pela Delloite e auditada pela Price Waterhouse. Globalmente e no país, opera primando pela gestão responsável da água, a conservação da biodiversidade e a retirada de gás carbônico da atmosfera.
Leia também: Após um ano de altas, preços da indústria enfim dão trégua