O mercado de veículos novos na Bahia cruzou a linha do primeiro semestre de 2025 em ritmo acelerado. De janeiro a junho, foram emplacadas 122.608 unidades em todo o estado. Um salto de 17,84% em relação ao mesmo período de 2024.
A performance baiana, vale notar, deixou para trás a média nacional, que avançou 6,99%, segundo dados da Fenabrave.
O principal motor desse crescimento? As motos.
Com 71.669 unidades emplacadas no semestre, elas representaram 58,45% de todas as vendas de veículos no estado — e cresceram 19,95% frente ao mesmo intervalo do ano passado.
Um fenômeno que segue firme, impulsionado por novos hábitos de mobilidade, trabalho e consumo. Outros segmentos também mostraram força: os ônibus surpreenderam com alta de 76,22%, seguidos por picapes (20,59%) e automóveis de passeio (15,24%).
Mas nem tudo foi aceleração.
Os caminhões recuaram 3,31%, e o setor de máquinas agrícolas freou de vez, com queda expressiva de 23,27%.
Indicadores que acendem alertas sobre gargalos logísticos e desaquecimento em setores estratégicos da economia.
A Bahia, ao que tudo indica, está em marcha firme, mas com um trânsito de contrastes.
E o segundo semestre promete novos capítulos dessa corrida.
Liderança absoluta
Quando o assunto é geração de energia, a Bahia continua dando aula. Em junho, o estado foi responsável por quase 75% da nova capacidade incorporada ao sistema elétrico nacional, segundo dados da Aneel.
Das 13 usinas conectadas no mês, nove estavam em solo baiano, somando 144 MW dos 194,83 MW adicionados em todo o país.
O desempenho garantiu à Bahia a liderança isolada no ranking nacional, com ampla vantagem sobre Minas Gerais, que ficou em segundo lugar, com 45 MW.
Mais do que números, o avanço reforça a posição da Bahia como protagonista da transição energética no Brasil.
Enquanto outros estados ainda esboçam planos, a Bahia já está entregando potência real à rede.
Bahia atrai gigante chinesa
A Windey Energy, estatal chinesa especializada na fabricação de turbinas eólicas, inicia sua trajetória no Brasil com foco estratégico na Bahia.
O primeiro passo será a abertura de um escritório em Salvador e a implantação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, em parceria com o Senai Cimatec.
Os planos incluem a fabricação de turbinas eólicas e sistemas de armazenamento de energia em baterias no estado, o que tende a fortalecer a cadeia produtiva nacional, dinamizar o setor industrial e ampliar as oportunidades de emprego.
Esse anúncio chega em um momento de franca expansão das energias renováveis na Bahia. Atualmente, o estado reúne 1.220 empreendimentos eólicos e solares — entre operações já em curso, obras em andamento e projetos em fase de implantação — espalhados por 69 municípios.
Fiol na berlinda
Mais uma vez, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1) entra no centro das atenções e das preocupações.
O Ministério dos Transportes decidiu criar um grupo de trabalho para reavaliar a execução do contrato da ferrovia, após a Bamin anunciar, em março, o encerramento dos acordos de obras no trecho entre Uruçuca e Ilhéus.
A decisão acende um sinal de alerta sobre o futuro de uma das obras mais estratégicas do país.
Com 537 quilômetros previstos, a Fiol pretende ligar o interior baiano ao litoral, cruzando 19 municípios e prometendo transformar a logística regional e nacional.
Mas, até aqui, o que se vê é uma história marcada por avanços lentos, incertezas contratuais e uma execução que ainda patina.
O grupo terá 30 dias para levantar o que, de fato, foi feito até agora — e o que ficou apenas no papel.
Ao final, será elaborado um relatório que deverá orientar os próximos passos do governo.
A questão que fica no ar é: até quando a Fiol será apenas uma promessa de integração e não uma realidade sobre trilhos?
Bahia acelera na geração de empregos
Com um desempenho que desafia expectativas, a Bahia conquistou o quarto lugar no ranking nacional de geração de empregos com carteira assinada em maio.
Foram 12.858 novas vagas formais, segundo dados do Novo Caged — atrás apenas dos gigantes São Paulo, Minas e Rio.
Mais do que números, o dado revela uma dinâmica econômica em movimento.
Todos os setores da economia baiana fecharam o mês no azul, com destaque para Serviços, que puxou a fila com 5.670 novas contratações.
A agropecuária também deu um salto, adicionando 2.558 empregos, seguida pela indústria (2.061), construção civil (1.593) e comércio (976).
No acumulado de janeiro a maio, o saldo já ultrapassa 59 mil novos empregos formais.
Um sinal de que a Bahia não está apenas acompanhando a retomada econômica, mas ajudando a impulsioná-la.
A pergunta que fica: será que o ritmo se mantém nos próximos meses?
Agricultura familiar ganha fôlego
O BNDES e o Governo da Bahia firmaram um contrato de R$299 milhões para fortalecer a agricultura familiar no estado.
Esse investimento integra o programa Sertão Vivo e deve beneficiar cerca de 75 mil famílias em 49 municípios baianos.
Segundo o BNDES, o foco é apoiar a adoção de práticas agrícolas mais resilientes às mudanças climáticas, especialmente voltadas para os agricultores familiares do semiárido da Bahia.
A iniciativa representa um passo importante para promover a sustentabilidade e a segurança alimentar em uma região marcada por desafios ambientais e socioeconômicos.
Superbahia promete agitar o varejo
De 6 a 8 de agosto, Salvador será o centro das atenções para quem vive o presente — e planeja o futuro — do varejo de alimentos.
A 14ª edição da Superbahia, maior evento do setor no Norte e Nordeste, chega com a proposta de provocar reflexões e conexões sob o tema “Varejo Inteligente: Conectando Tecnologia e Consumo”.
E os números antecipam um evento em expansão: são esperados R$650 milhões em negócios, salto superior a 20% em relação à edição anterior.
Serão 200 expositores nacionais e internacionais, ultrapassando os 180 participantes do último ano.
Organizada pela Abase, a Superbahia 2025 deve atrair mais de 25 mil visitantes ao Centro de Convenções de Salvador.
A julgar pelo ritmo, o varejo nordestino não está apenas acompanhando as mudanças.
Está pronto para liderá-las.
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