A Petrobras anunciou, na manhã desta segunda-feira (4/9), que suspendeu definitivamente a venda da Polo Bahia Terra e de sua fatia no Campo de Manati, na Bacia de Camamu-Almada, ambos no estado da Bahia. A estatal também informou que encerrou o processos de desinvestimento do Polo Urucu e da Petrobras Operaciones S.A. (subsidiária da Petrobras na Argentina). A decisão, diz a companhia em fato relevante, foi tomada pela “Diretoria Executiva, com base nos novos elementos estratégicos aprovados pelo Conselho de Administração”.
“Portanto, considerando sua aderência estratégica ao portfólio, bem como o perfil de rentabilidade, a Petrobras informa o encerramento dos processos de desinvestimento do Polo Urucu, Polo Bahia Terra, Campo de Manati e da Petrobras Operaciones S.A. (subsidiária da Petrobras na Argentina)”, afirma o fato relevante.
A empresa disse ainda que em relação aos demais ativos, a sua permanência no portfólio será reavaliada periodicamente com base em premissas atualizadas de rentabilidade, aderência estratégica, oportunidades de descarbonização e estágio de sua vida produtiva. Aqueles cujo desinvestimento seja aprovado pelo Diretoria serão oportunamente comunicados ao mercado.
No governo de Jair Bolsonaro, a Petrobras abriu negociação para vender o Polo Bahia Terra, localizado nas bacias do Recôncavo e Tucano, para um consórcio formado pela PetroReconcavo e a Eneva. As empresas chegaram a fazer uma oferta no valor foi superior a US$1,4 bilhão, porém as negociações não avançaram e, com a mudança de governo, foi encerradas definitivamente.
O ativo conta com 28 campos de produção onshore. A produção média é de cerca de 13,5 mil barris de óleo por dia e 660 mil m³/dia de gás.
Manati
A Petrobras tem uma participação de 35% no Campo de Manati. Atualmente, o consórcio que produz no campo conta ainda com as as presenças da Enauta (45%), Gas Bridge Storage (10%) e Geopark (10%).
O campo de Manati localiza-se a uma distância de 10km da costa do município de Cairú, na Bahia, em lâmina d’água entre 35 e 50 metros. O campo iniciou sua operação em 2009 e sua produção é de 105 bpd de condensado e 1.269 mil m3/dia de gás, através da plataforma fixa PMNT-1, que envolve uma estrutura submarina composta por 6 poços produtores de gás.
Sindicato
“O encerramento do processo de desinvestimentos dos polos Urucu e Bahia Terra, Campo de Manati e da Petrobras Operaciones S.A., subsidiária da Petrobrás na Argentina, é um passo importante para a reconstrução da empresa, que vinha sofrendo com a privatização de diversos ativos importantes nos últimos governos”. A afirmação é de Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que comemora a interrupção da privatização de ativos estratégicos da estatal.
Bacelar lembra que o presidente Lula deixou claro que o fortalecimento da Petrobras faz parte do projeto eleito nas urnas. “O fato relevante divulgado hoje ratifica o posicionamento do governo federal e da nova gestão da estatal, de que a empresa volta a cumprir seu papel de desenvolvimento econômico e social”.
O dirigente recorda que as principais razões da criação da Petrobras, há 70 anos, foi assegurar a independência nacional em termos de abastecimento de petróleo, inclusive proporcionando combustíveis a preços razoáveis para fortalecer e expandir a cadeia produtiva e a geração de empregos em todo o país. “A população precisa ter clareza de que as empresas estatais não devem ter o objetivo exclusivo de obter lucro apenas pelo lucro, pois são empresas que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, por esse motivo, também têm o compromisso com os desenvolvimentos econômico, social e sustentável de todo o país”, enfatiza Bacelar.
E finaliza: “Esperamos agora que a BR Distribuidora, Liquigás, os gasodutos, as refinarias e outros ativos estratégicos voltem a ser da Petrobras. E que a empresa volte a participar da comercialização e distribuição em todo o Brasil. Do poço ao posto.”
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