Entre julho e setembro de 2024, o resultado líquido recorrente da Grendene totalizou R$239,4 milhões, 45,9% maior do que no 3T23. O Ebit recorrente, indicador que representa o resultado operacional da companhia, somou R$161,2 milhões, um aumento de 31,6% se comparado ao terceiro trimestre de 2023, e a receita líquida registrou crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$749,5 milhões. Já a margem bruta foi de 47,9% no 3T24, crescimento de 2,4 pontos percentuais e a receita bruta, equivalente a R$926,5 milhões, montante 10,0% superior ao apresentado em igual período do ano passado.
De acordo com o balanço, o volume de pares embarcados totalizou 40,5 milhões, apontando uma leve retração de 1,5% ante o 3T23. Já a receita bruta por par cresceu 11,7% em função, principalmente, do mix de produtos de maior valor agregado. No acumulado do ano (9M24), a receita bruta atingiu R$2,2 bilhões (+5,1% vs. 9M23), enquanto o volume de pares embarcados recuou para 95,5 milhões, leve queda de 1,7% em comparação ao mesmo período de 2023. A receita bruta por par expandiu 7,0% no período.
“O cenário doméstico continua apresentando inúmeros desafios, reflexo da lenta recuperação do poder de compra das famílias, que apresentam dificuldades econômicas com a inflação persistente, a alta taxa de juros, o elevado nível de endividamento e próprio aumento das apostas esportivas, que têm absorvido parte do orçamento familiar, antes destinado ao consumo”, explica Alceu Albuquerque, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene.
No cenário global, as exportações de calçados também enfrentam um momento de retração. O aumento das taxas de juros em diversas economias e a crescente volatilidade econômica, associados a problemas logísticos globais e a conflitos regionais, têm prejudicado as exportações de calçados brasileiros.
Apesar dos desafios mencionados para os mercados interno e externo, a companhia alcançou resultados robustos no trimestre, com crescimento da receita, das margens, do resultado operacional e do lucro líquido.
Vendas
A expansão das vendas no Brasil teria sido maior, não fosse a postergação de alguns pedidos de setembro para outubro, deslocando volume do 3T24 para o 4T24. Esse movimento de adiamento de pedidos, reflete a volatilidade do consumo e a oscilação das vendas na ponta (sell out).
Embora tenha havido recuo de 6,5% no volume do sell out das marcas da Divisão 1 (composta por Grendha, Zaxy, Ipanema, Grendene Kids, Rider, Cartago e Pega Forte, exceto Melissa) neste trimestre, o volume do sell in manteve-se relativamente estável (-0,8% vs. 3T24), na medida em que a receita bruta (sell in) e o preço médio por par (sell in) dos segmentos que compõem a referida Divisão avançaram +5,4% e +6,3%, respectivamente.
O crescimento do sell in (receita bruta) das marcas da Divisão 1 foi puxado pelo bom desempenho das linhas masculina e Grendene Kids. Em Ipanema e no segmento feminino, pelo contrário, a companhia percebeu retração, fruto da continuidade do movimento de liquidação de estoques da concorrência, bem como da forte base de comparação com o mesmo período de 2023.
A Melissa, assim como o segmento masculino e a linha Kids, foi um dos grandes vetores do crescimento do sell in da Grendene no mercado interno, avançando 51,2% em receita bruta e 38,0% em volume, ambos em comparação a igual período do ano passado.
O resultado positivo do sell in da Melissa deve-se à excelente performance da coleção de produtos, de uma estratégia de marketing bem executada e do aumento do preço médio de venda, impulsionado pela menor participação de produtos da Melissale nas vendas. Esse fator também explica a queda de 8,4% em volume de pares no sell out.
No trimestre, o Ebit atingiu R$145,3 milhões, uma expressiva melhoria em relação aos R$91,6 milhões registrados no 3T23. Ao desconsiderar os itens extraordinários, o Ebit recorrente cresceu 31,6%, chegando a R$161,2 milhões, o que representa uma margem Ebit recorrente de 21,5% (+3,7 pp em comparação ao 3T23).
Ano
Considerando os nove primeiros meses do ano, o Ebit aumentou de R$130,2 milhões nos 9M23 para R$259,3 milhões nos 9M24, um crescimento de 99,2%. Excluindo os itens não recorrentes, o Ebit recorrente subiu 33,8%, alcançando R$302,0 milhões. Isso resultou em uma melhora de 3,6 pontos percentuais na margem v recorrente, que passou de 13,5% nos 9M23 para 17,1% nos 9M24.
“Encerramos os primeiros nove meses de 2024 com resultados sólidos, com destaque para o crescimento do lucro líquido, impulsionado pela expansão das margens operacionais e pela eficiente gestão de custos. A estratégia voltada para o fortalecimento do mercado interno e a manutenção de uma estrutura financeira robusta refletiu em uma geração consistente de caixa. E esses resultados reafirmam o compromisso da Grendene em entregar valor sustentável aos seus acionistas, ao mesmo tempo em que mantém o foco em inovação, eficiência operacional e expansão de mercado para enfrentar os desafios futuros com confiança”, completa Albuquerque.
Apesar das condições macroeconômicas ainda desafiadoras para uma retomada mais ampla do consumo, a companhia começa a observar sinais promissores de recuperação. Fatores como a redução gradual da inflação e o aumento do emprego apontam para um cenário econômico mais favorável. Ainda que o impacto dessas melhorias no consumo possa levar algum tempo para se concretizar.
Sobre a Grendene
Fundada em 1971, a Grendene é uma das maiores exportadoras de calçados do Brasil e uma das maiores produtoras mundiais. Detentora das marcas Melissa, Grendha, Zaxy, Rider, Cartago, Ipanema, Pega Forte e Grendene Kids possui tecnologia proprietária e exclusiva na produção de calçados para os públicos feminino, masculino e infantil.
As quatro unidades industriais, distribuídas por Ceará e Rio Grande do Sul, têm capacidade instalada para produzir 250 milhões de pares/ano. Por meio de representantes comerciais, distribuidores, exportações diretas, subsidiárias, e Joint Venture, seus produtos alcançam 65 mil pontos de venda no Brasil e 45 mil fora do país. A Companhia conta com duas lojas conceituais: “Galeria Melissa” e “Rider Spaces” localizadas em São Paulo, além de uma rede de franquias “Melissa”. Em 2023, registrou lucro líquido recorrente de R$ 661,2 milhões.
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