Em 2017, a Nestlé Brasil conseguiu antecipar em oito anos o compromisso global estabelecido pela transnacional suíça do setor de alimentos e bebidas: que 100% da energia elétrica usada nas fábricas seja proveniente de fontes renováveis. A meta global é até 2025.
Nas 20 unidades da Nestlé Brasil, as fábricas utilizam apenas energias renováveis de fontes hidráulica, solar e eólica. A empresa também utiliza biomassa em suas caldeiras e fornos e sistemas mais eficientes como os evaporadores MVR (tecnologia de recompressão mecânica de vapor) que reduzem o consumo de vapor e nos chamados chillers para refrigeração, que normalmente são o maior consumidor individual de energia em um processo industrial.
A fábrica de Araçatuba (SP) foi a primeira planta da Nestlé no mundo a implantar um forno de ar quente movido a biomassa – de madeira de reflorestamento – em substituição ao forno a gás, com foco na redução da pegada de carbono. O forno de ar quente de biomassa traz inúmeras vantagens, como alta eficiência térmica e menor custo operacional.
“Na Nestlé, a transição energética é um passo importante para a jornada de regeneração, porque, a partir do momento em que optamos por uma matriz energética de fonte renovável, com baixa ou zero emissão de carbono, contribuímos para proteger e restaurar o meio ambiente”, afirma o diretor de Engenharia da Nestlé Brasil, Donir Costa. “Trabalhamos junto aos nossos fornecedores, distribuidores e clientes nessa jornada de desenvolvimento da cadeia, demandando e buscando inovações, parceiros e soluções para esse processo”, resume.
No país, duas linhas já usam energia gerada por painéis solares: a KitKat, na fábrica de Caçapava (SP), e a montagem das caixas de bombom Garoto, na unidade de Vila Velha (ES). Em Caçapava, a ideia é avançar com o suprimento e autoprodução de energia proveniente de parques eólicos planejados para o próximo ano.
Já em Araras (SP), a fábrica da Nestlé gera bioenergia por meio de borra de café, um subproduto da fabricação de café solúvel que é misturado ao cavaco de madeira. O mix é usado como biomassa para a geração de vapor e energia das caldeiras da unidade.
Em torno de 97% da borra gerada nos processos produtivos da fábrica são utilizados como biomassa. Os 3% restantes vão para compostagem e são utilizados como fertilizantes orgânicos em lavouras da região. O subproduto é prensado e armazenado em um silo, no qual é misturado ao cavaco e posteriormente direcionado às caldeiras.
Água de reuso
Além de energia renovável, a Nestlé também tem preocupação com o uso da água. A fábrica de Nescafé Dolce Gusto, em Montes Claros (MG), foi a primeira no mundo a receber a certificação de Impacto Ambiental Neutro em todas as etapas industriais. Utiliza somente água de reuso – vinda da fábrica vizinha de Leite Moça –, não gera resíduos para aterros e neutraliza 100% das suas emissões de carbono.
As quatro fábricas leiteiras do Brasil – em Araçatuba (SP), Goiânia (GO), Ibiá (MG) e Ituiutaba (MG) – também utilizam água de reuso da fabricação do leite em pó que, liberada em quantidade significativa no processo de secagem. Além disso, as fábricas não enviam resíduos para aterros ou para serem incinerados, destinando-os para coprocessamento, reciclagem ou compostagem.
A Nestlé é signatária do compromisso da Organização das Nações Unidas (ONU) Business Ambition for 1.5° C e tem um plano global para reduzir pela metade as suas emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEEs) até 2030 e atingir emissões líquidas zero até 2050. As ações incluem cadeias de fornecimento, fábricas, transportes e produtos, até o pós-consumo.
Além disso, também estão dentro das metas, até 2025, reciclar o equivalente a todo o plástico colocado no mercado brasileiro; e que 100% das embalagens desenhadas serem recicladas e/ou reutilizadas. O percentual atual é de 98%.
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