A ArcelorMittal, a Federação das Indústrias do Estado de Minas (FIEMG), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e as empresas parceiras Belgo Arames, Delp Engenharia e MRS Logística assinaram convênio nesta sexta-feira (5/5) para um novo ciclo de investimentos da ordem de R$12 milhões no Centro de Inovação e Tecnologia Senai (CIT Senai), localizado no bairro Horto, em Belo Horizonte.
O anúncio ocorreu durante evento em comemoração ao aniversário de quatro anos do Ciami (Centro de Inovação ArcelorMittal para a Indústria), um convênio de cooperação tecnológica entre a ArcelorMittal, FIEMG e Senai, localizado na capital mineira. A cerimônia contou com a participação do presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam, Jefferson De Paula; do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe; de representantes e clientes da ArcelorMittal, de parceiros do CIT Senai e do Ciami.
O novo aporte está direcionado para o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia de Manufatura Aditiva por Deposição a Arco (CDT Mada) – um dos projetos do portfólio do Ciami – voltado para a impressão 3D de peças metálicas de grande porte.
O Ciami promove o desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação, a aceleração de ações estratégicas para a produtora de aço, o acesso a equipamentos de última geração e o intercâmbio com profissionais qualificados, além de oportunidades de capacitação técnica. “Somos referência em inovação no setor do aço e seguimos investindo em iniciativas pioneiras da Indústria 4.0, que contribuam para a transformação tecnológica do setor industrial brasileiro. O Ciami é mais um importante passo nesse sentido”, destaca Jefferson De Paula.
O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, diz que a inovação está no DNA das empresas e os quatro anos que a ArcelorMittal vem trabalhando junto do CIT/Senai, prova que a inovação dos projetos realizados em conjunto é essencial para aprimorar e desenvolver novas tecnologias.
“A parceria aumenta a produtividade, a eficiência e a competitividade da economia mineira. Inovar é preciso e a indústria é portadora de futuro ao fazer inovação. A ArcelorMittal está de parabéns, pois é a maior indústria do Estado de Minas Gerais e não se esqueceu de que inovar é fundamental para continuar crescendo”, sintetiza Roscoe.
Este novo investimento visa o desenvolvimento de inteligência artificial para monitoramento e controle do processo de impressão 3D com arames, nominado como projeto “Dedicar”. Tal iniciativa irá possibilitar a abertura de uma linha de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias absolutamente inovadoras e disruptivas para o processo de Manufatura Aditiva por Deposição a Arco (Mada) a nível mundial. A inteligência artificial apresenta o potencial de alavancar a aplicação da Mada em escala industrial, ao proporcionar a eficácia necessária para a produção de peças com geometrias complexas de forma assertiva e qualificada.
Dos R$12 milhões que serão investidos no projeto Dedicar, R$10,7 milhões são recursos do mecanismo “Basic Funding” da EMBRAPII, que busca incentivar empresas a investir em projetos de inovação disruptivos para o desenvolvimento de tecnologias em estágios iniciais de maturidade. O valor complementar do investimento de R$ 1,3 milhão será aportado pelos atores envolvidos no projeto CDT Mada (ArcelorMittal, Belgo Arames, Delp e MRS) em conjunto com os Institutos Senai de Inovação de Belo Horizonte (MG) e Joinville (SC), as startups 3D Lopes e Strokmatic.
Marcos e impacto social
Durante o evento, alguns marcos do CIT Senai foram destacados, como o avanço no Monitoramento Ambiental e as capacitações técnicas.
“Além dos projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação do Ciami, registramos também outros importantes avanços como a centralização das medições e controle de 18.000 parâmetros ambientais, através de 133 métodos de análise, que garantem o monitoramento de nossas usinas e o pleno atendimento aos prazos acordados em nossas Licenças Ambientais, permitindo ainda realizar análises críticas, digitalização e rastreabilidade do processo, confiabilidade e conformidade com os mais altos padrões de ESG”, destaca Alexandre Caldeira, gerente geral de Inovação e Açolab da ArcelorMittal Aços Longos Latam e Mineração Brasil e responsável pelo Ciami.
O Ciami permite maior agilidade e complementa algumas atividades e projetos dos 14 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento próprios da ArcelorMittal, a partir do foco dos clientes finais para desenvolver produtos e soluções inovadoras, visando adequar, e até mesmo antecipar, as demandas do mercado da indústria brasileira.
Por se tratar de um convênio que pratica a Inovação Aberta em áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos, formato pioneiro no Grupo ArcelorMittal, o Ciami está conectado ao Açolab, o primeiro lab de Inovação Aberta da indústria de aço no mundo, que conecta o ecossistema de inovação formado por startups, universidades, Institutos de Ciência e Tecnologia e outros parceiros à ArcelorMittal para gerar valor aos stakeholders. Uma outra vantagem do Ciami é a posição geográfica bem próxima das plantas industriais da ArcelorMittal, especialmente nas cidades de João Monlevade e Sabará.
Através do Ciami foram investidos R$31,4 milhões em 18 projetos na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), focados na solução de problemas crônicos, desenvolvimento de novos produtos, aplicação de tecnologias da indústria 4.0 e melhorias de performance das operações industriais da empresa.
Parcerias
O Ciami possui parcerias estratégicas com o CIT Senai e outros players do ecossistema de inovação como o CTNano da UFMG. O CIT Senai é, atualmente, um dos centros de tecnologia da indústria metal mecânica mais modernos do mundo, composto por oito institutos de Ciência, Tecnologia e Inovação com laboratórios comprometidos em oferecer hoje soluções para os principais desafios de amanhã.
“O trabalho realizado no Senai com o CIT Senai e o CTNano materializa o que a inovação aberta proporciona de melhor: viabilizar projetos disruptivos e novas soluções tecnológicas para a indústria, por meio da colaboração entre diferentes empresas e entidades, gerando valor para todos os envolvidos”, completa Caldeira.
Em Minas Gerais, ao longo da pandemia, o Senai e outras organizações recuperaram respiradores mecânicos parados em hospitais por falta de manutenção. Dezoito funcionários da ArcelorMittal, engenheiros e técnicos em eletromecânica, trabalharam de forma voluntária na reforma e na recuperação dos equipamentos para hospitais localizados em diversas cidades de Minas Gerais, bem como dos estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá.
A reparação ocorreu nos laboratórios de eletrotécnica do CIT Senai, com apoio das Forças Armadas, Governo de Minas Gerais e de empresas parceiras. Foram 169 respiradores mecânicos recuperados e calibrados em 65 dias de trabalho, impactando a vida de mais de 1.700 pessoas hospitalizadas devido ao Covid-19.
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