A partir de 22 de abril, a conta de luz dos baianos vai pesar um pouco mais no bolso. A Aneel aprovou o reajuste tarifário anual da Coelba, que atende cerca de 6,77 milhões de unidades consumidoras no estado.
Os aumentos atingem diferentes perfis de consumo. Para os clientes de alta tensão, como grandes empresas, o reajuste será de 2,53%. Já para quem consome em baixa tensão — residências, zonas rurais e iluminação pública — a alta será de 1,88%.
Mesmo com a inflação sob controle, o custo da energia segue em alta. A justificativa envolve o aumento de encargos setoriais, despesas com compra e distribuição de energia.
Na prática, são custos que, mais uma vez, recaem sobre o consumidor final.
A Coelba, que fatura anualmente cerca de R$14,24 bilhões, repassa parte dessa conta à população, que já lida com tarifas elevadas e serviços frequentemente alvo de críticas.
Irará ganha fábrica têxtil
Irará acaba de entrar de vez no mapa da indústria têxtil. A cidade ganhou sua primeira fábrica do setor com a chegada da Planeta Farda, que investiu cerca de R$2,5 milhões para colocar a operação de pé.
A expectativa é movimentar bem a economia local: 200 empregos diretos ao longo do ano e uma produção mensal de até 100 mil peças.
E não é pouca coisa — o público-alvo vai de padarias de bairro até gigantes como Coca-Cola, MRV e Nacional Gás.
Com sede em Salvador e outras quatro unidades na capital, a Planeta Farda vem crescendo com foco no fornecimento de uniformes profissionais em escala nacional.
Agora, com a nova fábrica no interior, reforça a estratégia de descentralizar a produção e gerar impacto direto na região.
É o tipo de movimento que mostra como cidades fora do eixo tradicional também podem virar polos industriais — e, de quebra, aquecer o mercado de trabalho com força.
Ranking da vergonha
O Brasil ocupa a última posição entre 18 países no ranking de competitividade industrial da CNI, que avalia fatores como economia, educação, trabalho e inovação.
Os piores desempenhos vieram nos indicadores de Ambiente Econômico, Desenvolvimento Humano e Trabalho, e Educação — todos com o Brasil em 18º lugar.
O país também não aparece na metade superior do ranking em nenhum dos oito fatores analisados.
A única posição um pouco menos desfavorável é em Baixo Carbono e Recursos Naturais (12º lugar), graças ao uso de energia renovável.
O levantamento, publicado desde 2010, escancara a distância entre o Brasil e economias como Países Baixos, Coreia do Sul e Alemanha, que lideram a lista.
Publicado desde 2010, o levantamento expõe, mais uma vez, as fragilidades estruturais que impedem o Brasil de avançar rumo a uma indústria mais produtiva, inovadora e integrada ao cenário internacional.
Bahia se conecta à China
A Bahia dá um passo estratégico no comércio exterior com a inauguração de uma nova rota marítima ligando Salvador ao Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, sul da China.
A conexão direta com o gigante asiático reduz em até 30 dias o tempo de viagem e corta mais de 30% dos custos com frete.
O que isto significa na prática?
Mais competitividade para as exportações e mais agilidade na chegada de insumos industriais e tecnológicos vindos da Ásia.
Com essa nova rota, o Porto de Salvador se consolida como uma peça-chave no corredor logístico Brasil-China, ao lado do Porto de Santana (AP).
Ambos ganham protagonismo como canais de escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose — e, ao mesmo tempo, como portas de entrada para o desenvolvimento regional.
É mais que uma rota marítima: é uma via direta para acelerar a economia baiana no cenário global.
Entre amor e inflação
O brasileiro é apaixonado por café. Não tem hora ruim: de manhã, depois do almoço ou no fim da tarde, ele sempre aparece.
Só que esse amor anda custando caro. O preço do cafezinho subiu, e muita gente já sentiu no bolso.
Mesmo assim, no dia 14 de abril, a gente comemora o Dia Mundial do Café com a xícara em mãos — e um certo aperto na carteira.
Na Bahia, essa história tem peso.
O estado é o maior produtor de café do Nordeste e o quarto maior do país. Entre Arábica e Conillon, os grãos baianos abastecem milhões de xícaras pelo Brasil.
Cidades como Itamaraju, Prado, Porto Seguro e Vitória da Conquista estão entre as que mais produzem.
Em 2025, a safra deve chegar a 4,4 milhões de sacas — 8,2% da produção nacional, segundo o IBGE.
Ou seja: o café está caro, sim. Mas a Bahia segue fazendo sua parte pra manter esse vício delicioso bem servido.
Varejo baiano em desvantagem
O Ranking Abras 2025 revela um dado preocupante: das 100 maiores empresas do varejo alimentar do Brasil, apenas quatro têm sede na Bahia.
Com um faturamento de R$5,232 bilhões, o Atakarejo se destaca como o líder estadual, ocupando a 22ª posição no ranking nacional.
Em seguida, aparece o RedeMix, com receita de R$1,94 bilhão, na 77ª posição.
O Hiper Ideal ocupa o 80º lugar, com R$1,42 bilhão, enquanto o Total Atacado fecha a lista baiana no 94º lugar, com R$879,332 milhões.
Em termos nacionais, o Carrefour é a gigante do setor, liderando a lista com grande vantagem.
Esse cenário reflete a concentração do poder econômico nas grandes redes nacionais, destacando a necessidade de um maior fortalecimento do varejo baiano para competir no cenário nacional.
A coluna A SEMANA é publicada aos sábados. O espaço traz um resumo das notícias mais importantes da semana, sempre com um tom mais crítico e analítico. Além da indústria, aborda temas como o comércio, turismo, política, educação, esporte, cultura, dentre outros. O objetivo é contribuir para formar opinião, esclarecer fatos, desmentir outros, e deixar você ainda mais informado.
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