A produção industrial da Bahia caiu 2,6% em fevereiro em relação a janeiro, depois de quatro meses seguidos entre altas e estabilidade (desde outubro/24) nessa comparação com ajuste sazonal – que exclui possíveis influências de calendário e de eventos que se repetem anualmente e podem interferir nos resultados da indústria. Foi uma queda bem maior do que a variação negativa registrada no Brasil como um todo (-0,1%) e a mais intensa dentre os 15 locais que têm informações para esse confronto. Desse, 8 tiveram aumentos de produção ente janeiro e fevereiro, liderados por Pernambuco (6,5%), Paraná (2,0%) e Pará (1,6%).
Na comparação com fevereiro de 2024, a produção também recuou (-1,5%), apresentando um resultado negativo após duas altas seguidas. Foi um desempenho pior do que o do país como um todo (onde a indústria cresceu 1,5%) e o 9º recuo mais profundo entre os 18 locais que têm resultados nessa comparação. Dentre eles, 6 tiveram quedas na produção industrial, liderados por Rio Grande do Norte (-24,5%), Pernambuco (-21,3%) e Espírito Santo (-11,6%).
Segundo o IBGE, apesar desse recuo, a indústria da Bahia ainda acumula alta de 1,6% na produção, no primeiro bimestre de 2025, frente ao mesmo período do ano anterior. Fica um pouco acima do país como um todo (1,4%) e é o 5º crescimento entre os 18 locais, 8 deles mostrando altas nesse acumulado.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a produção industrial baiana também continua aumentando (1,8%), chegando à sua décima alta acumulada consecutiva. O índice está, porém, abaixo do nacional (2,6%) e é apenas o 9º entre os 18 locais pesquisados, 15 dos quais avançam
Indústria extrativa
O recuo na produção industrial da Bahia frente a fevereiro/24 (-1,5%) foi consequência de quedas tanto na indústria extrativa (-20,8%, a 5ª consecutiva) quanto na indústria de transformação (-0,2%, que se retraiu depois de dois avanços seguidos), com resultados negativos em 5 das 10 atividades investigadas separadamente no estado.
A fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-19%) teve a maior retração, depois de duas altas seguidas, e foi quem mais puxou a produção industrial para baixo, no estado, em fevereiro.
A segunda principal contribuição para a queda geral veio da fabricação de produtos alimentícios, que teve a terceira queda mais profunda dentre as atividades da transformação (-8,2%), mostrando um segundo resultado negativo consecutivo.
Por outro lado, com o maior avanço, a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (28,7%) foi a principal influência no sentido de segurar a queda da indústria baiana como um todo, em fevereiro. A atividade cresce há 11 meses consecutivos (desde abril de 2024).
A fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (8,3%) também seguiu como importante influência positiva, apresentando o terceiro avanço mensal seguido. A atividade tem o maior peso na estrutura industrial baiana, respondendo por quase 1/3 do valor gerado pelo setor.
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