Uma empresa que não inova, que não escuta o que o mercado precisa, que não atualiza seus processos, a sua forma de entregar e de atender, tem muito mais dificuldade de crescer e de sobreviver hoje em dia. Com essa reflexão, a superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Edneide Lima, abriu o evento de lançamento do programa IEL Conecta na manhã desta quarta-feira (23) ao lado do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, e do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro.
O programa IEL Conecta foi apresentado para um auditório cheio na sede da Fieb, no Stiep, inaugurando um novo marco na geração de soluções inovadoras e competitivas para o setor produtivo da Bahia. Edneide defendeu que inovar deixou de ser apenas um diferencial para se tornar condição básica de permanência no mercado, e salientou que as metodologias flexíveis e acessíveis do IEL têm tornado esse processo possível para empresas de todos os portes.
O presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, destacou os desafios enfrentados pelo setor produtivo diante da crescente competitividade internacional e ressaltou a importância de iniciativas que aproximem empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, do universo da pesquisa e da inovação. Passos também reforçou a necessidade de modelos mais acessíveis, que conectem problemas reais das indústrias às soluções desenvolvidas em universidades e centros tecnológicos.
“Esse programa que o IEL está construindo vai permitir que empresas baianas de pequeno e médio porte possam acreditar na pesquisa, na busca pela inovação, para a solução dos seus problemas. A inovação sempre foi vista como algo distante, caro, mas a gente precisa quebrar esse mito. Esse programa pode ser uma virada de chave para o pequeno empresário baiano, que muitas vezes nem sabe por onde começar”, realçou o presidente da Fieb.
Pesquisa nas empresas
O secretário André Joazeiro destacou a importância da parceria entre o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e o IEL. A iniciativa viabiliza bolsas para pesquisadores com título de doutorado, com o objetivo de promover a interação e a cooperação com o setor produtivo na realização de projetos que fortalecem a competitividade. Ele também ressaltou o papel inovador desses profissionais dentro do ambiente empresarial.
“O empresário que aposta em um estudante de mestrado ou doutorado que chega para inovar, considerando o que esse profissional consegue agregar no quesito de transformação, vale muito a pena e justifica o salário que você vai pagar. É isso que a gente quer ensinar para o empresário. Ter essa experiência, aprender, vivenciar, entender o quanto é importante chegar uma pessoa com cabeça de inovação que possa modificar processos, aumentar a produtividade, qualificar os produtos, enfim, uma série de coisas que eles podem agregar na empresa”, pontuou.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão (Sindpacel), Fernando Branco, comentou que o programa fortalece a cultura inovadora nas empresas, considerada uma condição essencial de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo.
“Do ponto de vista técnico, não só a indústria de celulose, mas a indústria de modo geral, precisa da inovação para não ficar para trás. A indústria de celulose tem a particularidade de também carregar um lado agro. A matéria-prima para a produção de celulose vem de florestas plantadas. Então, desde o plantio, passando pela confecção das mudas de eucalipto, até chegar ao produto final, é preciso muita tecnologia e, consequentemente, muita inovação. Além disso, ela também se aplica a processos administrativos e de logística. E isso é fundamental, não só para a indústria de celulose, mas para toda a indústria”, destacou o empresário.
Cases de Sucesso
Diante de uma plateia que reuniu empresários, representantes de instituições científicas e tecnológicas, agências de fomento e profissionais da indústria, o lançamento do IEL Conecta foi marcado por uma programação intensa que combinou conteúdo técnico e inspiração prática. A programação incluiu palestras e cases de sucessos de empresas baianas e nacionais.
Participaram do evento Thadeu Junqueira, gerente de inovação da Natura, Beatriz Souza, head de P&D do Grupo Civil, Vilson Alves, gerente de negócios do Senai Cimatec, e Deise Piau, diretora‑geral do Polo de Inovação do IFBA, que apresentou o case de inovação sobre a parceria entre o Polo de Inovação do IFBA e a startup baiana Recore Tecnologia em Saúde.
“Estão se abrindo caminhos concretos para que o setor produtivo local se conecte com as tecnologias, pesquisadores e estruturas que temos no Ifba. A partir de agora, as empresas poderão acessar com mais facilidade o nosso portfólio de soluções e também propor projetos personalizados, com o apoio da nossa unidade Embrapii”, comentou Piau.
Ela realçou que o Ifba é uma das duas únicas unidades Embrapii da Bahia, e isso coloca o estado em uma posição estratégica para apoiar o desenvolvimento com recursos que tornam viável a participação de pequenos e microempresários, que entram com apenas um terço do investimento necessário para a prototipagem. “O restante é viabilizado por meio de parcerias com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação e da Saúde. É um passo concreto rumo à democratização da inovação”, afirmou.
Site novo
Durante o evento também foi lançado o site do IEL Conecta, que estará em constante atualização, com a inserção de calendários de capacitações, radar de oportunidades para inovação, mapeamento das ICTs e demandas empresariais, e muito mais, dentro de um espaço voltado para o crescimento de uma comunidade em prol do desenvolvimento e inovação na Bahia. Acesse aqui: https://conecta.ielbahia.com.br/.
As três dimensões do IEL Conecta
- Cultura – Promover uma mentalidade voltada à inovação, criatividade e aprendizado contínuo dentro das organizações, a partir da capacitação e treinamento, eventos de inovação, promoção de experiências e disseminação de informações. De nada adiantam tantas ações, se não houver uma mudança na cultura das empresas.
- Conexão – Aproximar as empresas, instituições científicas, startups e entidades do ecossistema para gerar sinergias e oportunidades. Trata-se de entender quais são as necessidades das empresas e como as ICTs podem apoiar, solucionando os obstáculos.
- Inovação – Apoiar a implementação de soluções tecnológicas com projetos colaborativos, acesso a editais e consultorias. O IEL Conecta oferece ferramentas como o Escritório de Projetos, que ajuda empresas a estruturarem suas ideias e traduzirem suas inovações para buscar recursos de forma mais clara e eficaz.
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