Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 1,36% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Teve importante aceleração em relação ao verificado em janeiro (quando havia sido de 0,28%) e ficou acima do índice nacional (que foi de 1,23%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de janeiro e 12 de fevereiro.
A prévia da inflação de fevereiro na RMS foi a 3ª mais alta entre os 11 locais pesquisados, abaixo apenas do verificado nas RMs de Recife/PE (1,49%) e Belém/PA (1,39%). Todas as áreas tiveram aumento médio dos preços, segundo o IPCA-15. Só o município de Goiânia/GO (0,99%) mostrou alta inferior a 1,00%.
O IPCA-15 da RMS em fevereiro foi, ainda, o maior índice mensal para a região desde novembro de 2021 (1,47%), e o mais alto para um mês de fevereiro em 9 anos, desde 2016 (quando havia sido de 2,26%).
Com esse resultado, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 1,64% nos dois primeiros meses de 2025, está cima do registrado no Brasil como um todo (1,34%) e é o mais alto entre os 11 locais investigados separadamente.
Já no acumulado nos 12 meses encerrados em fevereiro, o índice da RMS está em 5,07% e é o 4º maior do país, também acima do indicador nacional (4,96%), ficando abaixo apenas dos verificados na RM Belo Horizonte/MG (5,67%) e nos municípios de Brasília/DF (5,33%) e Goiânia/GO (5,09%).
Habitação e alimentação
O IPCA-15 de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (1,36%) foi resultado de aumentos nos preços de cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para formar o índice. As despesas com habitação (4,18%) registraram a segunda maior alta e exerceram a principal pressão inflacionária, na prévia de fevereiro, na RMS. O grupo mostrou o maior aumento mensal em quase 22 anos, desde maio de 2003 (4,62%), após ter tido, em janeiro, a maior queda da série histórica (-3,18%).
A alta na habitação foi puxada principalmente pela energia elétrica residencial (14,49%), item que, individualmente, exerceu a maior pressão inflacionária no mês na região, após ter tido importante queda em janeiro (-13,40%).
O grupo alimentação e bebidas (1,95%) apresentou a terceira maior alta no mês, mas, por ter o maior peso no consumo das famílias, exerceu a segunda maior pressão inflacionária na RMS em fevereiro. Esta foi a maior alta mensal da alimentação na região em quase 3 anos, desde abril de 2022 (2,02%).
O aumento médio de preços se deu, principalmente pela alimentação no domicílio (2,22%), com o café moído (19,30%) sendo o item que mais puxou o índice do grupo para cima. Além disso, tubérculos, raízes e legumes (9,85%), como tomate (17,05%), cebola (17,79%) e cenoura (28,81%, item com o maior aumento dentre todos os pesquisados), apresentaram importantes altas.
Educação
Como é costume ocorrer em fevereiro, as despesas com educação (4,65%) tiveram o maior aumento entre os grupos, porém, exerceram somente a terceira principal pressão inflacionária.
É em fevereiro que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares. Por isso os gastos com educação tradicionalmente têm impacto importante nos índices de inflação do mês (IPCA-15 e IPCA). Entretanto, em 2025, a RM Salvador teve a menor alta dos preços da educação para um mês de fevereiro em 5 anos, desde 2020 (3,82%).
Os cursos regulares (escolas) aumentaram 5,88%, segundo o IPCA-15, puxados, mais uma vez, pelo ensino fundamental (7,90%). O ensino médio (8,77%) e a pré-escola (7,32%) também apresentaram altas importantes.
Entre os quatro grupos com queda média de preços, segundo o IPCA-15 de fevereiro, na RMS, transportes (-0,19%) foi o que mais ajudou a segurar a alta do índice, na região. O resultado se deu, principalmente, por conta da passagem aérea (-26,19%), item com a maior queda média de preços e que mais segurou o IPCA-15 da RMS em fevereiro. Por outro lado, houve alta importante do ônibus urbano (5,05%).
A maior queda de preços entre os grupos, porém, veio do vestuário (-0,35%), que exerceu a segunda maior pressão para segurar o IPCA-15 da RMS em fevereiro. A deflação do grupo foi puxada, principalmente, pelos calçados e acessórios (-1,02%) e pela roupa masculina (-0,93%).
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