De 2021 para 2022, o tamanho do setor industrial cresceu na Bahia pelo terceiro ano seguido, com aumento no número de unidades locais de empresas industriais, que chegou ao recorde na nova série histórica da Pesquisa Industrial Anual do IBGE (PIA-Empresa), iniciada em 2007. Além disso, o total de pessoas ocupadas aumentou pelo segundo ano consecutivo e também chegou ao seu maior patamar em 16 anos.
Houve ainda, no período, alta nominal (sem considerar o fator preços) no valor gerado pela indústria no estado (uma aproximação da contribuição para o PIB). Isso levou a um leve avanço na produtividade industrial (valor gerado por pessoa ocupada), que também foi recorde para a Bahia.
Em 2022, estavam ativas em todo o estado 6.189 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas, um número 5,1% maior do que em 2021 (5.890), o que representou mais 299 unidades industriais em um ano. O saldo positivo da Bahia foi o 3º maior entre os estados, inferior apenas aos registrados em São Paulo (+1.168) e Minas Gerais (+977).
Com esse crescimento entre 2021 e 2022, a Bahia manteve o 8º maior número de unidades locais de empresas industriais do país, sustentando a liderança no Norte-Nordeste. O estado respondia por 3,2% das 191.035 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas no Brasil. São Paulo (28,9%), Minas Gerais (12,5%) e Santa Catarina (10,4%) tinham as maiores participações.
No país como um todo, também houve aumento no número de unidades locais industriais entre 2021 e 2022, de 191.185 para 194.944 (+2,0% ou mais 3.759 em números absolutos), com crescimento em 24 das 27 unidades da Federação. As únicas a apresentarem redução no período foram Santa Catarina (-125 unidades locais de empresas industriais), Espírito Santo (-69) e Pará (-56).
Empregos
As unidades fabris em atividade na Bahia, em 2022, empregavam 248.096 pessoas, um contingente 5% maior (mais 11.908 trabalhadores) do que em 2021 (236.188 pessoas ocupadas). Foi o segundo crescimento consecutivo no emprego industrial no estado, que chegou ao ponto mais alto em 16 anos de série histórica (desde 2007).
No país como um todo, o número de pessoas empregadas nas unidades locais industriais cresceu 2,5% entre 2021 e 2022, de 7,584 milhões para 7,777 milhões de pessoas (mais 193.073). Houve alta em 24 dos 27 estados.
Com o aumento do número de empresas, de 2021 para 2022 o valor da transformação industrial (VTI), ou seja, o valor líquido gerado pelas unidades locais industriais, descontados os custos de produção (uma aproximação do valor agregado pela indústria ao PIB), teve o seu terceiro crescimento nominal (sem descontar a variação de preços no período) consecutivo na Bahia e também chegou ao ponto máximo da série histórica.
A indústria baiana gerou um VTI de R$ 80,049 bilhões em 2022, 5,4% maior do que no ano anterior (mais R$4,090 bilhões).
Nesse período, a Bahia superou o Pará e passou do 8º para o 7º maior valor de transformação industrial do país. A indústria baiana respondia, em 2022, por 3,3% do valor gerado pelo setor nacionalmente, que foi de R$ 2,441 trilhões, 14,3% superior ao de 2021, em termos nominais.
Em 2022, São Paulo respondia por pouco mais que um terço do total gerado pelas unidades locais industriais em atividade no Brasil (34,8%). Em seguida vinham Rio de Janeiro (12,8%) e Minas Gerais (11,1%).
Produtividade
O aumento no valor gerado pela indústria baiana em 2022 levou a um recorde na produtividade (valor gerado por pessoa ocupada), que chegou a R$322.652.
Houve uma leve variação nominal positiva de 0,3% frente a 2021 (R$321.603), o terceiro crescimento consecutivo nesse indicador, no estado. Ainda assim, caiu da 8ª para a 9ª posição no ranking nacional da produtividade industrial.
Rio de Janeiro (R$ 857,0 mil/pessoa ocupada), Pará (R$ 604,0 mil/ocupado) e Amazonas (R$571,0 mil/ocupado) lideravam na produtividade industrial, em 2022.
No país como um todo, a produtividade das unidades locais industriais foi de R$313,9 mil por pessoa ocupada em 2022, 11,5% maior do que em 2021.
Extração de minerais
Em 2022, o aumento no número de unidades locais industriais na Bahia foi puxado, em termos absolutos, pela extração de minerais não-metálicos. As unidades locais do segmento no estado passaram de 208, em 2021, para 346 em 2022: mais 66,3% ou mais 138 unidades em funcionamento, em um ano.
Por outro lado, a fabricação de produtos alimentícios foi o segmento que mais perdeu unidades no estado, caindo de 1.428 em 2021, para 1.347 em 2022, o que representou menos 81 unidades no período (-5,7%). Ainda assim, a atividade seguiu na liderança no número de unidades locais na Bahia, respondendo por 21,8% do total.
O segmento industrial que mais influenciou no crescimento no pessoal ocupado na Bahia entre 2021 e 2022 foi o da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, que passou de 35.280 para 42.175, num saldo positivo de 6.895 trabalhadores entre os dois anos (+19,5%).
Já a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve a maior redução no número de trabalhadores da Bahia entre 2021 e 2022, caindo de 1.863 para 1.093 pessoas ocupadas (-770 ou -41,3%).
A liderança no pessoal ocupado na Bahia também se manteve com o segmento de fabricação de produtos alimentícios, que apresentou leve crescimento entre 2021 e 2022, passando de 43.649 trabalhadores em 2021 para 44.224 em 2022, o que representou um aumento de 575 trabalhadores entre os dois anos (+1,3%).
Petróleo e gás
Entre 2021 e 2022, a extração de petróleo e gás natural liderou os ganhos da indústria baiana, tanto em valor gerado, quanto em produtividade.
No período, o VTI do segmento passou de R$ 3,022 bilhões para R$ 5,166 bilhões, o que representou um ganho de R$ 2,144 bilhões em um ano, ou mais 70,9%. Já a produtividade subiu de R$ 4,355 milhões/ocupado para R$ 4,949 milhões/ocupado, mais R$ 593,9 mil/ocupado ou mais 13,6%. A atividade manteve, assim, a liderança da produtividade na indústria baiana.
Por outro lado, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis teve as maiores quedas no VTI e na produtividade.
No período, o VTI do segmento recuou de R$ 16,363 bilhões para R$ 13,309 bilhões, em uma retração de R$ 3,054 bilhões ou -18,7%. Já a produtividade passou de R$ 3,797 milhões/ocupado para R$ 2,591 milhões/ocupado, menos R$ 1,206 milhão/ocupado ou -31,8% em um ano.
Com isso, pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2007, a atividade deixou de liderar a geração de valor industrial na Bahia.
Em 2022, a fabricação de produtos químicos passou a ter o maior VTI do estado, com um valor de R$ 14,173 bilhões, o que representou 17,7% do total gerado pela indústria baiana. Ainda assim, apresentou queda frente a 2021, quando o valor havia sido de R$ 15,332 bilhões (menos R$ 1,158 bilhão ou -7,6%).
Nordeste
Mesmo com o aumento do VTI, a Bahia seguiu perdendo participação no valor gerado pela indústria do Nordeste pelo quarto ano consecutivo, passando de 39,5% em 2021 para 36,1% em 2022. As unidades locais industriais do Nordeste geraram, em 2022, R$ 221,543 bilhões.
Frente a 2013, quando concentrava 41,8% do valor gerado pelas unidades locais industriais do Nordeste, a Bahia teve, até 2022, uma perda de participação de 5,7 pontos percentuais, a maior entre os estados da região.
Nesse período, os estados que ganharam participação no valor gerado pela indústria do Nordeste foram Pernambuco (de 17,0% para 23,5%), Maranhão (de 4,1% para 5,7%), Rio Grande do Norte (de 7,4% para 8,5%), Piauí (de 1,6% para 2,0%) e Ceará (de 14,7% para 14,8%).
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