O Brasil cresceu 0,9% no 2º trimestre de 2023, em relação ao 1º trimestre de 2023. Na comparação com o 2º trimestre de 2022, o avanço foi de 3,4%. Esse resultado veio acima do esperado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que era crescimento de 1,7% na comparação com 2022. Assim, a expectativa é de revisão para cima da projeção de crescimento para 2023. O crescimento trimestral foi puxado pela indústria, que avançou 0,9% frente ao 1º trimestre e 1,5% em relação ao 2º trimestre de 2022. Entre os segmentos industriais, o destaque foi o comportamento da indústria extrativa, que cresceu 1,8% na comparação com o 1º trimestre e 8,8% frente ao 2º trimestre de 2022.
Segundo o IBGE, na indústria extrativa o destaque é a extração de petróleo e gás e a de minério de ferro, produtos relacionados às exportações. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo cresceu 11,5% no 2º trimestre de 2023, frente ao mesmo trimestre de 2022, enquanto a produção total de gás natural cresceu 9,0% no período.
Segundo dados da Vale, a produção de minério de ferro cresceu 6,3% no 2º trimestre, na comparação com o 2º trimestre de 2022, impulsionada pela produção recorde no complexo S11D (Serra Sul Carajás).
Além do destaque para a indústria extrativa, todos os componentes do PIB industrial cresceram na comparação com o 1º trimestre de 2023. A indústria da construção teve alta de 0,7% no trimestre, depois de registrar dois trimestres consecutivos em queda. Na comparação com o 2º trimestre de 2022, o PIB da construção consolida sua trajetória de perda de ritmo, com crescimento de 0,3%, o crescimento mais baixo desde o 3º trimestre de 2020. O PIB de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos registrou alta de 0,4% e a Indústria de Transformação cresceu 0,3%.
O desempenho da indústria de transformação vem em linha com o esperado pela CNI, com crescimento baixo no trimestre e queda de 1,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2022. Entre os principais motivos para o desempenho fraco estão os efeitos restritivos da política monetária e o ambiente de crédito desfavorável.
Outros setores
PIB do setor de Serviços registrou crescimento de 0,6% no 2º trimestre, repetindo o crescimento registrado no 1º trimestre. Houve alta de 2,3% na comparação com o 2º trimestre de 2022. O setor acumula nove trimestres consecutivos em crescimento. Entre os seus componentes, o maior destaque do trimestre foi para o crescimento do PIB das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que teve avanço de 6,9%. O setor de informação e comunicação e o de yransporte também apresentaram alta, de 3,8% e 3,4%, respectivamente.
O PIB da agropecuária registrou queda de 0,9% na comparação com o 1º trimestre, após crescer 21,0% no 1º trimestre. Apesar da queda, o setor permanece com um desempenho forte na comparação com o ano passado, com alta de 17,0% frente ao 2º trimestre de 2022.
Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, a estimativa para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 foi novamente revisada para cima nos meses de maio, junho e julho em 1,1%, 0,6% e 0,5%, respectivamente, reforçando as perspectivas para um desempenho forte em 2023.
Do lado das despesas, o Consumo das Famílias cresceu 0,9% em relação ao 1º trimestre, registrando a maior alta trimestral desde o mesmo período do ano passado. Na comparação com o 2º trimestre de 2022, o aumento do Consumo das famílias alcançou 3,0%. Entre os elementos que vêm contribuindo para esse resultado está o mercado de trabalho resiliente, que registrou aumento do número de pessoas ocupadas em 1,1% no 2º trimestre (PNADC Trimestral/IBGE) de 2023, contra o 1º trimestre.
Governo
A Despesa de Consumo do Governo avançou 0,7% na comparação com o 1º trimestre de 2023, em um avanço mais intenso em relação ao crescimento dos últimos dois trimestres. Frente ao 2º trimestre de 2022, a alta foi de 2,9%. Ainda assim, o Consumo do Governo se encontra com um crescimento mais fraco na comparação com o último ano quando se observa o crescimento acumulado no ano, que foi de 2,0% no primeiro semestre de 2023 e de 2,4% em 2022.
Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) ficaram relativamente estáveis, com crescimento de 0,1% no 2º trimestre, após apresentar queda de 3,4% no 1º trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo período de 2022, houve queda de 2,6%.
A taxa de investimento ficou em 17,2% do PIB, abaixo da praticada no 2º trimestre de 2022, 18,3%.
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