O Minha Casa Minha Vida (MCMV) está de volta. Reformulado, com unidades maiores, juros menores e faixas de renda ampliadas, o programa de habitação popular do governo federal tem tudo para aquecer a indústria da construção, gerar milhares de novos empregos e contribuir para reduzir o vergonhoso déficit habitacional do país, que afeta 7,8 milhões de famílias em todo o país.
A lei que recriou o Minha Casa Minha Vida foi sancionada pelo presidente Lula na última quinta-feira. O Minha Casa Minha Vida passou por transformações significativas, incluindo o aumento do valor máximo dos imóveis para até R$350 mil.
Com essa alteração, até mesmo imóveis de categoria premium agora podem ser contemplados pelo programa, ampliando as opções disponíveis para os beneficiários. Essa mudança visa oferecer mais flexibilidade de escolha, proporcionando oportunidades para adquirir imóveis de diferentes padrões dentro do âmbito do MCMV.
Nas faixas 1 e 2, houve um aumento no limite de renda familiar, permitindo que mais pessoas sejam elegíveis para os benefícios do programa. Na faixa 1, destinada a famílias de baixa renda, as taxas de juros foram reduzidas, facilitando o acesso ao financiamento. Já na faixa 2, houve um aumento no valor máximo do imóvel que pode ser financiado, proporcionando mais opções de escolha para os beneficiários.
O setor aprovou as mudanças. “Essas mudanças ampliam as oportunidades e atendem de maneira mais favorável as necessidades das famílias interessadas em adquirir casa própria, fortalecendo o propósito inclusivo do programa”, diz Thiago Ely, diretor executivo comercial da MRV&CO.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias considera como positivas as novas regras do programa. Disse ainda que o setor imobiliário segue empenhado em contribuir para que muitos brasileiros realizem o sonho da casa própria, uma vez que o programa desempenha um papel fundamental na ampliação do acesso das famílias mais carentes à moradia promovendo, assim, inclusão social para a população de menor renda.
Por ser composta de inúmeras e variadas atividades em todo o país, a construção civil funciona como um importante “motor” econômico. Por ser intensiva de mão de obra, muito pode contribuir para a geração de emprego e renda no País. Além de fortalecer a economia, o setor é também capaz de proporcionar desenvolvimento social.
Entenda as principais mudanças
FAIXA DE RENDA
No novo MCMV, as faixas de renda foram ampliadas, tanto para quem será beneficiado com um imóvel pelo Governo Federal, quanto para quem quer financiar. A renda mensal bruta familiar ficou dividida assim:
● Faixa 1 contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640
● Faixa 2 para famílias com renda entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400
● Faixa 3 para famílias com renda mensal entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000
VALOR DO IMÓVEL
O valor do imóvel do MCMV foi ampliado. Contempla valores diferentes de acordo com o porte da cidade que receberá o empreendimento e com a faixa de renda para qual ele está destinado. De forma geral:
● Para empreendimentos que contemplem a Faixa 1 Subsidiado: até R$ 170 mil
● Para empreendimentos que contemplem a Faixa 1 e 2 Financiado: até R$ 264 mil
● Para empreendimentos que contemplem a Faixa 3 Financiado: até R$ 350 mil
Para o MCMV Rural
● Para novas moradias, o valor máximo passou de R$ 55.000 para R$ 75.000
● Para melhoria de uma moradia, o valor passou de R$ 23.000 para R$ 40.000
Juros e Financiamento
No novo MCMV, as taxas de juros do financiamento do imóvel foram reduzidas para a Faixa 1. É a menor taxa da história do FGTS.
Para as famílias cotistas com renda de até R$ 2 mil mensais a taxa passou de 4,25% para 4% ao ano, para quem vive nas regiões Norte e Nordeste.
Para quem vive nas demais regiões do país, a taxa passou de 4,50% para 4,25%. Os Juros do faixa 2 e 3 do MCMV, que chegam no máximo a 8,16% ao ano, são os mais baixos do mercado.
Abre aspas
“Hoje, ouço falar que temos déficit ainda de seis a sete milhões de casas, mesmo com o Minha Casa Minha Vida fazendo seis milhões de casas. Isso demonstra a necessidade de o Estado se sentir obrigado a fazer essa reparação para garantir que as pessoas tenham acesso a uma casa. É muito difícil a pessoa pobre ter que mudar todo ano”
Presidente Lula
Expansão da Orbi Química
A Orbi Química está expandindo suas atividades no Polo de Camaçari. A fábrica do grupo, inaugurada há menos de um ano, terá uma linha de produção de garrafas e outra para fabricação de latas de aerossol. Os investimentos são da ordem de R$5,3 milhões.
Com a expansão, a fábrica, que começou com 70 colaboradores, irá chegar a 130 até o final do ano. A unidade baiana da Orbi Química foi inaugurada em novembro passado e exigiu um investimento de R$15 milhões.
A empresa iniciou suas atividades em 2006, em Leme, São Paulo. Inicialmente produzia apenas o desengripante White Lub Super – produto líder no segmento de lubrificante em aerossol. Hoje, a gama de produtos químicos produzidos pela companhia passa de 100.
Dentre eles estão itens, como adesivos, selantes e colas, aditivação de combustível, embelezamento, manutenção geral, sistema de arrefecimento, além de silicones.
A venda da Braskem
A novela da venda da Braskem ganhou um novo capítulo. A J&F – o maior grupo empresarial do Brasil e presente em mais de 190 países – fez uma oferta de R$10 bilhões para comprar a fatia da Novonor na petroquímica.
De acordo com o site Pipeline, o valor proposto pela holding da família Batista, que prevê pagamento à vista, é o mesmo da Unipar, “mas agrada mais aos bancos por não deixar nenhuma fatia para a família Odebrecht”.
Na proposta da Unipar, a Novonor ainda seguiria como acionista, com uma participação menor, de 4%.
Além da J&F e da Unipar, também já demonstraram interesse em ficar com a Braskem, a Petrobras e um consórcio formado por Apollo e Adnoc.
A estrutura societária da Braskem é dividida entre Novonor, com 38,3% do capital total, Petrobras com 36,1% e acionistas minoritários com os 25,6% restantes.
Quem tem acompanhado com atenção o processo de venda da Braskem é o governo de Alagoas. O estado quer ser ouvido nessas tratativas.
“Não faz sentido algum que, justo Alagoas – vitimado pelo mega desastre provocado pela Braskem em Maceió, com reflexos ambientais em todo o estado – seja alijado das negociações, visto o interesse público envolvido de milhares de habitantes do estado”, disse o governo alagoano, em comunicado.
Ocorrido há cinco anos, o gigante desastre foi causado pela extração de sal-gema por parte da Braskem, e levou à realocação obrigatória de 17 mil imóveis. Cerca de 60 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, 600 empresas foram fechadas, desempregando 10 mil pessoas.
“Este evento danoso tornou Alagoas o maior credor da Braskem, em uma dívida que supera a casa de duas dezenas de bilhões de reais, na soma de todos os atores e locais atingidos”, afirma o governo alagoano.
A força do varejo
A 12ª edição da Super Bahia mostrou bem a força do varejo. O evento do setor de supermercados movimentou este ano R$450 milhões – R$50 milhões a mais em relação a edição do ano passado.
Além disso, a feira atraiu para o Centro de Convenções de Salvador, de terça-feira até quinta-feira, 22 mil pessoas, quase 50% a mais em relação à edição passada.
Considerada a maior feira de varejo de alimentos do Norte/Nordeste, a Super Bahia é promovida pela Associação Baiana de Supermercados (Abase).
O emprego está na microempresa
O saldo de empregos formais gerados na Bahia continua sendo determinado diretamente pela atuação das micro e pequenas empresas (MPE).
Nos cinco primeiros meses deste ano foram criados, em todo o estado, 46.624 novas vagas com carteira assinada. Os pequenos negócios contribuíram com 28.850 postos formais, ou seja, quase 62%.
Somente em maio, foram 5.594 novos postos de trabalho. O valor representa seis a cada 10 vagas na Bahia.
Exportações perdem força
As exportações da Bahia caíram, praticamente, à metade no mês passado. As vendas externas renderam ao estado, em junho, US$745,2 milhões – 47,2% a menos em relação a igual mês do ano passado.
Houve queda no volume embarcado (-33%) e também nos preços dos produtos de exportação (-21,1%).
Com o resultado de junho, as exportações baianas encerraram o primeiro semestre com queda de 26,8% na comparação com igual período de 2022. Na mesma base de comparação, as importações encolheram 18,6%.
O número
10.988.805
De toneladas. Esta é a previsão de safra agrícola para a Bahia este ano. Isso representa uma redução de 3,3% (ou menos 372.902 toneladas) em relação ao recorde de 2022 (11.361.707 toneladas). Dentre as 12 safras de cereais, leguminosas e oleaginosas pesquisadas na Bahia pelo IBGE, apenas o amendoim 2ª safra tem previsão de discreta variação positiva na quantidade colhida, em 2023: mais 10 toneladas (+0,4%). Por outro lado, a maior queda absoluta, entre os grãos, deve ocorrer na soja: menos 177.186 toneladas ou -2,4%, chegando a uma safra de 7.063.494 toneladas em 2023.
Anote
- A Multilog acaba de completar um ano de atuação em Salvador, com uma operação iniciada com a aquisição da Martins & Medeiros, que marcou o crescimento de sua atividade na região Nordeste. Já movimentando uma receita operacional bruta superior a R$100 milhões na Bahia – o equivalente a 8% do total do grupo – a Multilog Nordeste prevê elevar o faturamento para R$250 milhões nos próximos anos, e, para isso, já programa também novos investimentos, incluindo a abertura de novos terminais, a estruturação da operação de centro de distribuição e a expansão das atividades portuárias.
- Foram prorrogadas as inscrições para o edital da Áity Incubadora do Parque Tecnológico da Bahia, que vai selecionar startups para participar de programa de incubação. O novo prazo é até 21 de julho. As empresas interessadas deverão inscrever propostas no formulário que está disponível no site: https://parquetecnologico-ba.org.br/aity-incubadora/, onde também é possível encontrar o edital completo. Ao todo, serão selecionadas 10 startups.
Semana que vem
- O Saneantes da Bahia, instituição que representa as indústrias de sabões, detergentes, produtos de limpeza em geral, aditivos de uso industrial e velas na Bahia, e o Sindcosmetic, que representa a indústria de cosméticos e perfumaria do estado, lançam quarta-feira a quinta edição da feira ExpoTech Saneantes, Cosméticos e Tintas. O evento vai ocorrer nos dias 24 e 25 de julho, no Senai Cimatec.
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