A Bahia alcançou, em abril passado, a quarta posição entre os maiores exportadores de calçados do país, superando estados tradicionais neste setor como Minas Gerais e Paraíba. A receita com as vendas de calçados para o exterior rendeu para o estado, no mês passado, pouco mais de US$8,414 milhões, numa alta de 19,1% na comparação com abril de 2022, segunda dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
De acordo com o levantamento, a Bahia fatura mais embore embarque uma quantidade menor de calçados para o exterior. Em abril, o estado exportou 440.852 pares. As fábricas de Santa Catarina venderam 754.442, de Minas, 795.739, e da Paraíba, 1.076.959. Esses três estados faturaram menos que a Bahia.
Isso ocorre porque a Bahia exporta calçados melhores, com maior valor agregado e para países mais exigentes em qualidade. O par exportado pela Bahia custa, em média, US$19,09, o maior valor do país e bem acima do segundo colocado – o Rio Grande do Sul (US$14,86) – e do terceiro – São Paulo (US$ 12,76).]
Ainda de acordo com a Abicalçados, no primeiro quadrimestre do ano (janeiro a abril), a Bahia exportou 1.472.409 de pares de calçados, 2,4% a mais em relação aiguial período do ano passado. A receita gerada atingiu US$29,060 milhões, crescimento de 39,3% ante 2022.
Veja no quadro abaixo o desempenho das exportações por estado.
País
Os dados elaborados pela Abicalçados apontam que, no quadrimestre, em todo o país, foram embarcados 48,74 milhões de pares ao exterior, que geraram US$ 440,2 milhões, queda de 9,3% em volume e alta de 1,3% em receita na comparação com o mesmo período do ano passado. Segregando as exportações de abril, foram exportados 10,3 milhões de pares por US$ 111,76 milhões, quedas tanto em volume (-20,7%) quanto em receita (-2%) em relação ao mês correspondente de 2022.
O principal destino das exportações de calçados no quadrimestre foi a Argentina. Entre janeiro e abril, foram embarcados para lá 4,96 milhões de pares, que geraram US$ 82,53 milhões, queda de 8,2% em volume e alta de 43,7% em receita ante mesmo ínterim de 2022.
Ultrapassado pela Argentina, o segundo destino do primeiro quadrimestre do ano foi os Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 3,84 milhões de pares, que geraram US$ 75 milhões, quedas tanto em volume (-55%) quanto em receita (-37%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
No terceiro posto entre os principais destinos aparece a França, para onde foram exportados 1,44 milhão de pares por US$ 21,45 milhões, quedas tanto em volume (-60,8%) quanto em receita (-16%) em relação ao mesmo período de 2023.
Rio Grande do Sul
O maior exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, que no quadrimestre exportou 13,26 milhões de pares por US$ 194,63 milhões, 44% do total gerado pelos embarques brasileiros no período. Os números, no entanto, são menores tanto em volume (-10,3%) quanto em receita (-1,8%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
O segundo destino do quadrimestre foi o Ceará. No quadrimestre, partiram das fábricas cearenses 15,4 milhões de pares, que geraram US$ 104,84 milhões, queda de 10,4% em volume e alta de 3,2% em receita na relação com o mesmo período de 2023.
Na sequência entre os estados exportadores de calçados apareceram São Paulo, com embarque de 2,94 milhões de pares e receita de US$ 41,68 milhões, queda de 9,7% em volume e alta de 1,2% em dólares na relação com o primeiro quadrimestre do ano passado.
Importações calçados em alta
As importações de calçados seguem em alta no Brasil. No quadrimestre, entraram no País 12,5 milhões de pares por US$ 145,56 milhões, incrementos tanto em pares (+3,4%) quanto em receita (+20%) em relação ao mesmo período do ano passado.
Leia também: Lucro da Ferbasa cai 13,4% e fica em R$131,6 milhões no 1º trimestre do ano