A Petrobras implantará, em Cubatão (SP), a primeira unidade do país inteiramente dedicada à produção de diesel 100% renovável e de bioquerosene de aviação (BioQAV), um tipo de combustível sustentável de aviação. O projeto integra o Programa de BioRefino da companhia, um dos destaques de seu Plano Estratégico para o período de 2023-2027, que receberá investimentos de US$600 milhões para o desenvolvimento de uma nova geração de combustíveis sustentáveis, com menor pegada de carbono.
O diesel renovável e o BioQAV têm potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 55 % e 90% em relação aos combustíveis derivados de petróleo, pois são oriundos de matérias-primas renováveis (como óleo vegetal e gorduras de origem animal).
A nova planta será instalada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), com capacidade de produzir 6 mil barris por dia (bpd) de BioQAV e 6 mil bpd de diesel 100% renovável a partir do processamento de até 790 mil toneladas/ano de matéria-prima renovável.
A RPBC foi escolhida para abrigar a nova unidade em razão da proximidade com o mercado da região Sudeste e da maior integração com o parque do refino nacional. “A nova planta é um dos destaques do nosso Programa de BioRefino, crucial para entregarmos produtos com menores emissões de gases de efeito estufa, em linha com as demandas da sociedade e com um mundo em transformação. Além da planta dedicada de biorrefino, vamos investir no coprocessamento de diesel com conteúdo renovável em outras refinarias e na produção de outros derivados com matéria-prima vegetal”, disse o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.
Expansão
Haverá a expansão do coprocessamento para produção de Diesel R – com conteúdo renovável – na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e início do coprocessamento para produção de Diesel R nas refinarias Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) e Refinaria de Paulínia (Replan), ambas em São Paulo, e na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro.
O diesel renovável é o primeiro combustível da nova geração de produtos mais sustentáveis que a companhia começa a ofertar ao mercado consumidor. “Já testamos o diesel renovável em frota de ônibus em Curitiba e os resultados confirmam as duas grandes vantagens deste produto: a redução das emissões e a sua característica drop in, ou seja, é um produto que pode ser usado nos sistemas projetados para óleo diesel, sem necessidade de qualquer modificação nos motores e nos equipamentos”, afirmou o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella.
A nova geração de bioprodutos, mais modernos, tem papel relevante no atendimento das metas de redução de emissões dos segmentos rodoviários e de aviação civil do país. “É uma forma de planejar a redução gradual das emissões sem a necessidade de descartar abruptamente todo investimento acumulado em infraestrutura de transporte baseada em energia fóssil e sem a necessidade de descartar as oportunidades de investimentos em novos reservatórios. O crescimento da oferta de combustíveis renováveis fica assegurado, contribuindo para uma transição energética justa e racional, que respeita a vocação brasileira em combustíveis renováveis e permite que os recursos fósseis do nosso país sejam transformados em riquezas.”, destacou o diretor de Relacionamento Institucional e de Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves.
Por ser um combustível drop-in, o diesel renovável poderá viabilizar a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel, possibilitando também o aumento da competitividade na oferta de biocombustíveis no país. Facilita, por exemplo, a introdução de tecnologias veiculares mais avançadas, necessárias ao cumprimento dos requisitos estabelecidos pelo Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve) do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Qualidade superior e melhor desempenho
O diesel renovável e o BioQAV são isentos de oxigênio, o que lhes confere qualidade superior e maior estabilidade. Além disso, são livres de enxofre e de outros contaminantes, contribuindo para seu melhor desempenho. A nova unidade produzirá também nafta verde, produto de interesse do segmento petroquímico para produção de plásticos renováveis.
A nova planta será equipada com tecnologias digitais, inteligência artificial e soluções voltadas para ampliar a eficiência energética da unidade, direcionadas para redução de emissões de CO² e ganhos de performance. A previsão é que a unidade inicie sua operação em 2028.
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