A partir de 1º de abril, os motoristas que percorrem as BRs 324 e 116 terão um alívio no bolso: a cobrança de pedágio será suspensa com a saída da ViaBahia da concessão. No entanto, a questão central permanece: qual será o impacto real dessa mudança na qualidade das rodovias?
O Ministério dos Transportes já trabalha na modelagem de uma nova concessão, e o leilão está previsto para dezembro. A empresa vencedora só assumirá a gestão no primeiro trimestre de 2026, o que significa que, até lá, a responsabilidade será do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Nesse período, estão previstas melhorias emergenciais, como recapeamento e reforço na sinalização, mas fica a dúvida sobre a real capacidade do Dnit de garantir um serviço adequado até a chegada da nova concessionária.
A secretária Nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, destaca a importância da retomada das obras, considerando que a concessionária tinha uma decisão judicial que suspendia a execução prevista em contrato e a reestruturação de uma nova concessão. “Esse trecho conecta Salvador a Feira de Santana e segue até a divisa com Minas Gerais. Trata-se da principal ligação entre o Nordeste e o Sudeste, com um papel estratégico no transporte de cargas e passageiros, impulsionando o desenvolvimento da região”, explicou.
O plano de investimentos para a futura gestora prevê mais de R$ 20 bilhões em obras de duplicação e ampliação, mas, depois da experiência frustrante com a ViaBahia, a população tem razões para estar cética.
Sem pedágio, as condições das rodovias certamente não vão piorar. A experiência com a ViaBahia mostrou que contratos milionários não garantem infraestrutura de qualidade. A população agora aguarda para ver se o próximo concessionário trará, de fato, melhorias ou se essa será apenas mais uma mudança sem resultados concretos.
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