A Bamin, empresa que está construindo um novo corredor de integração e exportação para a Bahia e para o Brasil, subsidiária do Grupo ERG que é líder em recursos naturais localizado em Luxemburgo, realizou na manhã desta segunda-feira (3/7) o evento oficial que marca o início das obras no Lote 1F da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1), na Bahia. A cerimônia, realizada no município de Ilhéus, região sul do estado, reuniu executivos nacionais e globais da companhia, o presidente Lula, o governador Jerônimo Rodrigues, além de representantes dos municípios que integram a área de influência da ferrovia.
Ligando as cidades baianas de Caetité e Ilhéus, a Fiol 1 terá um total de 537 quilômetros de extensão, passando por 19 municípios, com previsão de estar concluída e em operação a partir do ano de 2027. O Lote 1F, por onde começam as obras, possui 127 quilômetros de extensão, ao longo de Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. As obras no Lote 1F têm previsão de durar 36 meses.
Quando estiver em operação, a Fiol 1 irá entregar uma importante solução logística e de conexão Oeste-Leste na Bahia, sendo o elo fundamental dentro do projeto integrado conduzido pela Bamin no estado, do qual também fazem parte a Mina Pedra de Ferro, em operação na cidade de Caetité, e o terminal de águas profundas Porto Sul, em construção na costa de Ilhéus. A Bamin investe recursos na ordem de R$ 20 bilhões nos três projetos integrados no interior da Bahia.
“A Bamin está comprometida com um futuro sustentável e integrado. Trabalhamos para tornar realidade, até 2027, a operação de um dos maiores projetos de infraestrutura do Brasil, com um grande corredor logístico de escoamento e exportação, que impulsiona o desenvolvimento socioeconômico, sobretudo, através dos setores da mineração e do agronegócio”, afirma Benedikt Sobotka, CEO da ERG.
A Fiol 1 terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas de carga por ano. A Bamin utilizará 40% desse potencial no transporte do minério produzido pela Mina Pedra de Ferro, disponibilizando o restante do volume potencial para o escoamento da produção de outras mineradoras, do agronegócio e demais segmentos industriais do estado.
“Há muitos projetos importantes aguardando a infraestrutura necessária para atender as demandas de mercado e ampliar o resultado das operações. Isso será possível porque estamos construindo, aqui na Bahia, as soluções logísticas mais eficientes e sustentáveis. Acima de tudo, iremos entregar um corredor de oportunidades para alavancar a economia dos municípios e a qualidade de vida das populações no interior da Bahia”, detalha Eduardo Ledsham, CEO da Bamin.
Além do foco em segurança e eficiência operacional e energética, a Bamin conduz os negócios do seu projeto integrado sob o compromisso de contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua. A empresa prioriza a responsabilidade de construir um legado positivo para as comunidades que habitam esses territórios.
“Quando ferrovia e porto estiverem concluídos, em 2027, esse corredor irá representar um novo vetor de desenvolvimento econômico para diversos setores produtivos, com efeitos positivos para as comunidades. A Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional porque o projeto está comprometido com a criação de oportunidades para os produtores regionais e o incremento das cadeias produtivas que estão instaladas ao longo do percurso da Fiol 1”, analisa Sérgio Leite, CEO de Ferrovia da Bamin.
Durante a cerimônia de assinatura, o presidente Lula lembrou que era para a ferrovia ter sido entregue antes de 2022, e pediu celeridade na execução. “O destino quis que os baianos me elegessem de novo para eu retomar a obra. Então, quero pedir aos responsáveis que façam de tudo para que seja concluída antes de 31 de dezembro de 2026. Vamos tratar de terminar logo, por que eu quero estar na Presidência da República para fazer essa entrega”, apontou o presidente.
OBRAS
As obras do Lote 1F receberão o investimento de R$ 1.1 bilhão e serão executadas pelo Consórcio TCR-10, formado pela empresa brasileira Tiisa e pela chinesa Crec-10. O consórcio será responsável pela realização do serviço de construção e obras, infraestrutura e superestrutura ferroviárias, sob o prazo de 36 meses. Neste período, a previsão é de que sejam gerados cerca de 1.200 postos de trabalho, com contratações graduais, à medida em que as obras avancem nos municípios que compõem o Lote 1F.
A Bamin formalizou o anúncio do consórcio vencedor no dia 4 de abril, em cerimônia na sede da Governadoria, no Centro Administrativo, em Salvador, com a presença do vice-governador Geraldo Júnior. A ordem de serviço para o início das obras do Lote 1F foi assinada também no mês de abril.
A Crec-10 é uma das maiores construtoras de ferrovias do mundo, e já atua em obras de projetos robustos no Brasil. A Tiisa é uma empresa brasileira do ramo da construção civil, que atua no setor da infraestrutura, focada nos segmentos de transporte metroferroviário, saneamento básico e aeroportos.
A Bamin conta com a expertise do Eurasian Resources Group (ERG), um dos maiores grupos de mineração e metais diversificados do mundo, e que está presente em 16 países como líder em mineração, metais e logística, sendo o maior operador de transportes da Ásia Central e proprietária da companhia de logística Sabot, na África Austral e Central, com ampla experiência em ferrovias.
“É a concretização de um importante vetor de desenvolvimento logístico e econômico para a Bahia. A obra, em sua fase mais avançada, vai gerar cerca de 1.200 empregos para baianos e baianas, e o resultado vai trazer grande impulso para a nossa economia, com avanços no escoamento e exportação de setores estratégicos, como a mineração e o agronegócio”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues.
CONCESSÃO
O contrato para a construção dos 537 quilômetros de extensão da Fiol I, foi assinado em setembro de 2021 com o Ministério da Infraestrutura, do Governo Federal. A subconcessão da Bamin tem a duração de 35 anos, sendo cinco para construção e 30 anos para operação. A ferrovia oeste-leste foi planejada, nacionalmente, em três etapas.
A Bamin arrematou o Trecho 1, entre Caetité e Ilhéus, durante leilão realizado no mês de abril de 2021. A antiga Valec, agora Infra S.A., executou cerca de 70% da obra da Fiol 1, ficando sob a responsabilidade da Bamin a conclusão dos 30% restantes. Os trechos 2 e 3 da Fiol estão sob administração do Governo Federal.
MINA PEDRA DE FERRO
A implantação do corredor logístico que interliga Caetité (Mina) a Ilhéus (Porto) permitirá que a Bamin amplie a sua produção de 1 milhão de toneladas de minério de ferro atuais para 26 milhões de toneladas a partir de 2027, na Mina Pedra de Ferro. Este resultado deverá consolidar o estado da Bahia como terceiro maior produtor de minério de ferro do Brasil.
A Bamin oferece ao mercado internacional um minério diferenciado, de alta qualidade, avaliado em 2002 com o teor de ferro de 65,5% – 66%, o que o classifica na categoria premium, atendendo ao compromisso da descarbonização em escala mundial. O minério premium, na siderurgia, exige o uso de uma quantidade menor de carvão, emitindo menos CO2 no processo.
PORTO SUL
O Porto Sul, na costa de Ilhéus, é um terminal marítimo de águas profundas, que poderá receber navios com capacidade de até 250 mil toneladas. Com operação prevista para 2027, o empreendimento é projetado para movimentar até 42 milhões de toneladas anuais. A Bamin utilizará 60% da capacidade operacional do terminal marítimo, disponibilizando 40% para outras cargas, como do agronegócio e de outras mineradoras.
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