O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que nos próximos quatro anos vai trabalhar junto à Abiquim para que a indústria química volte a ocupar a quarta posição no mundo, já que é uma indústria fundamental para o desenvolvimento do país e para isso propôs uma aliança com o setor.
Mercadante esteve na reunião do Conselho Diretor da Abiquim na tarde desta quarta-feira (29/3) e ressaltou que nos 71 anos de história do BNDES, ele foi um parceiro fundamental da indústria química brasileira.
“Ela era a quarta do mundo e hoje é a sexta. Hoje é o terceiro déficit comercial do país e a agricultura, bem como a vida das pessoas, dependem da indústria química. Ela está em todos os setores. E com esse grande desafio que é a transição energética, a sustentabilidade, a economia circular e a descarbonização, a indústria química está no coração deste processo. Ou seja, ela será prioridade para o futuro do BNDES; essa parceria com a Abiquim e a indústria química brasileira”, salientou.
O presidente do BNDES disse ainda que já tinha uma excelente impressão do trabalho da Abiquim, ressaltando que entre as inúmeras propostas que receberam de diversas entidades de setores diferentes em mesas de diálogos durante o processo de transição do novo governo, as propostas da indústria química eram as mais articuladas e as que tinham um desenho muito competente para o futuro.
Reforma tributária à parte, que ele destacou ser crucial para garantir a competitividade do setor, Mercadante reconheceu a necessidade de avançar em uma política industrial de Estado e firmou seu compromisso de retomar a posição que o banco sempre ocupou, como uma das maiores instituições de fomento de novos projetos. Segundo ele, o pontapé inicial já foi dado; entre algumas medidas do BNDES, ele citou a redução de dividendos, extinção de IOF e flexibilização de taxas.
Mercadante sugere reunião
Sobre a questão do gás natural, Mercadante sugeriu uma reunião tripartite – BNDES, Petrobras e Abiquim – sobretudo quanto ao alto volume de reinjeção que vem sendo praticado. Ele reforçou ainda que o momento é extremamente favorável para avançar na reindustrialização, dado o atual cenário geopolítico e foco nas questões climáticas, afirmando que a indústria química brasileira tem potencial para ser a mais moderna, limpa e descarbonizada do mundo.
Ainda como encaminhamento, ficou acordado entre Abiquim e BNDES, estabelecerem parcerias juntos em temas como economia circular de químicos e hidrogênio, atualização de estudo sobre a diversificação da indústria química (incorporando a química de renováveis, por exemplo) e amplificação da certificação Atuação Responsável (programa da Abiquim que atesta a completa adesão das empresas químicas às práticas ESG) já utilizada pelo BNDES em uma linha de financiamento ESG.
Durante a reunião, o presidente executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, apresentou o cenário da indústria química e sua agenda estratégica, enfatizando sobretudo as vantagens comparativas do País e o potencial de entrega que a química tem caso o governo enderece adequadamente as questões que envolvam a sua competitividade, gerando assim emprego, maior arrecadação de impostos, riqueza e qualidade de vida para a população do Brasil.
E ao final do encontro, Passos reafirmou a parceria com o presidente Aloizio Mercadante, salientando as expectativas otimistas do setor, mediante a mobilização de vários agentes, entre eles o novo governo que tem acenado positivamente para o futuro da indústria química nacional. A recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e, na semana anterior, a retomada das alíquotas de importação de resinas termoplásticas são dois exemplos que foram grandemente celebrados pelo setor.
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