A Echion Technologies, empresa reconhecida por suas inovações no segmento de baterias, e a CBMM, líder global na produção da tecnologia do nióbio, anunciaram uma parceria de longo prazo. O acordo prevê a construção de uma nova fábrica de óxidos de nióbio na planta da CBMM em Araxá, Minas Gerais, com capacidade de fornecimento de 2.000 toneladas/ano. O material será aplicado na tecnologia exclusiva da Echion chamada XNO, que utiliza o óxido de nióbio no ânodo das células das baterias, promovendo benefícios como segurança, carregamento ultrarrápido e maior vida útil.
A nova planta, com inauguração prevista para o início de 2024, terá capacidade para fornecer material equivalente a 1GWh de produção de células de bateria, o que posiciona a Echion como a primeira no mercado a garantir o fornecimento comercial de células de baterias com ânodo à base de nióbio e permitirá atender a crescente demanda por eletrificação.
O material para ânodo à base de nióbio da Echion, oferece às baterias de íon de lítio alto desempenho para aplicações industriais, comerciais e de alto valor agregado que exigem maior tempo de atividade, alta performance e menor custo total de propriedade. O XNO permite que as baterias de íons de lítio sejam carregadas com segurança em menos de 10 minutos, mantendo alta densidade de energia mesmo em baixas temperaturas e fornecendo alta potência por mais de 10.000 ciclos. As aplicações do XNO incluem trens híbridos e elétricos, caminhões de transporte de mineração, ônibus de alta demanda e veículos de entrega, bem como aplicações no automobilismo e na indústria espacial.
Parceria
A parceria entre Echion e CBMM visa dar segurança aos fabricantes de células e montadoras em relação a disponibilidade de suprimento em larga escala e alta qualidade de material ativo de ânodo a base de nióbio para baterias de íons de lítio.
Jean de La Verpilliere, CEO da Echion, diz: “Estamos muito satisfeitos em anunciar a assinatura do acordo com nossa parceira CBMM. Isso representa o próximo passo em nosso relacionamento de longo prazo com a CBMM e nos permitirá atender à enorme demanda global por nossos materiais de ânodo de bateria de carregamento rápido, econômicos e seguros. A parceria estratégica entre a Echion e a CBMM vai trazer um impacto significativo na construção de um futuro elétrico sustentável e eficiente.”
Com a estratégia de ter 25% de sua receita proveniente de produtos não siderúrgicos até 2030, a CBMM investirá US$80 milhões na expansão de toda a sua linha de produção de óxidos de nióbio, que incluirá esta nova planta. O investimento permitirá a produção total de 3.000 toneladas de óxido de nióbio para baterias em 2024 para aplicações em tecnologias de de carregamento ultrarrápido e seguro, de alta potência e longa vida, seguindo a megatendência global de eletrificação. Este investimento está em linha com o plano estratégico de crescimento da CBMM para atingir a capacidade de 40.000 toneladas de óxido de nióbio em 2030.
Rogério Marques Ribas, Head de Produtos de Baterias da CBMM, reforça: “Em 2021, a CBMM investiu na Echion por meio da nossa área de Novos Negócios, e esta nova parceria está alinhada ao plano estratégico de crescimento da empresa, que tem o Programa de Baterias como um dos pilares para a diversificação de negócios seguindo a megatendência global de eletrificação. Estamos orgulhosos com a validação da tecnologia do nióbio como solução para os desafios dessa indústria e por estarmos dando mais um passo na cadeia de suprimentos, aproximando-nos do momento em que teremos produtos em larga escala disponíveis no mercado.”
O que é
Descoberto pelo químico inglês Charles Hatchett em 1801, a partir de estudos do mineral columbita, o nióbio é um elemento de ocorrência natural, embora não seja encontrado de forma livre na natureza, mas sim em minérios, como a columbita e tantalita. Ele é um metal macio, seguro e disponível, além de ser dúctil, maleável e altamente resistente à corrosão. Por sua característica de aprimorar propriedades e funcionalidades, o nióbio é usado em uma grande variedade de materiais e de aplicações.
Inicialmente, o nióbio era utilizado como filamentos de lâmpadas incandescentes, mas foi rapidamente substituído pelo tungstênio (W) por ser um metal com maior ponto de fusão. O Brasil possui mais de 90% das reservas mundiais desse metal.
A maior reserva de nióbio encontra-se na cidade de Araxá-MG. O nióbio é empregado atualmente em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, aparelhos de ressonância magnética, em dispositivos médicos, como o marca-passo, pois suas ligas metálicas são fisiologicamente inertes e com características hipoalergênicas, aceleradores de partículas, lentes e até piercings e bijuterias, bem como na indústria de alta tecnologia: produção de fios de ímãs supercondutores empregados nos aceleradores de partículas.
Leia também: WestRock inaugura nova fábrica de papelão ondulado em maio de 2023