A possível venda do Polo Bahia Terra, operado pela Petrobras, tem gerado reações e incertezas sobre o futuro da atividade de exploração terrestre no estado. Em documento enviado à diretoria da estatal na última quinta-feira (24), entidades ligadas ao setor cobraram um posicionamento oficial da companhia sobre a continuidade ou não do processo de desinvestimento dos ativos localizados na Bahia.
A solicitação foi encaminhada à diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, e ao gerente executivo de Terras e Águas Rasas, Stênio Jayme Galvão. O documento destaca a ausência de uma comunicação clara da empresa, o que, segundo as entidades, tem causado insegurança jurídica e informacional entre investidores e acionistas. A cobrança ocorre em meio a declarações divergentes da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre o futuro do polo.
Desde que Magda Chambriard indicou, no início de julho, a possibilidade de terceirização ou privatização da operação, representantes do setor têm intensificado mobilizações. Na última quinta-feira, um novo ato foi realizado no campo de Bálsamo, em Cardeal da Silva, no litoral norte da Bahia, reforçando preocupações com impactos econômicos locais e incertezas sobre empregos e investimentos.
Ativo
O Polo Bahia Terra é um dos principais ativos terrestres da Petrobras e tem papel relevante na cadeia produtiva de petróleo onshore no Nordeste. A indefinição sobre o destino da operação é acompanhada com atenção por agentes do mercado e autoridades locais, que apontam riscos de descontinuidade produtiva e perda de arrecadação regional caso a estatal deixe a operação sem uma transição planejada.
“As declarações sobre a possível venda do Polo Bahia Terra são inaceitáveis. É um retrocesso que ameaça a história, os empregos e o futuro da Petrobrás as na Bahia. Privatizar é repetir os erros do passado: precarização do trabalho, fuga de investimentos e desmontes que só prejudicam o povo baiano. Seguimos firmes, mobilizados e em luta por uma Petrobrás pública, forte e a serviço do desenvolvimento da nossa terra. A Bahia resiste”, afirmou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que participou do ato.
No documento enviado à Petrobrás, a FUP e a Anapetro cobram ainda que a Petrobrás esclareça:
1 – se há, no momento, deliberação formal, plano em curso ou intenção concreta de retomar processos de venda de ativos terrestres localizados na Bahia, indicando, quando for o caso, quais ativos estariam incluídos nessa avaliação;
2 – se há estudos, avaliações econômicas ou documentos preparatórios eventualmente produzidos para embasar decisões relativas a ativos na Bahia;
3 – se há previsão concreta ou cronograma estimado para o lançamento de etapas relacionadas a ativos baianos, caso estejam em avaliação;
4 – e, como uma eventual venda de ativos terrestres na Bahia se articula com os objetivos estratégicos previstos no Plano Estratégico 2024–2028 da Petrobras, especialmente quanto à presença regional e ao papel social da Petrobras.
Leia também: Graphcoa dá partida na produção comercial de grafite em Itagimirim















