O BNDES e a Finep divulgaram nesta quinta-feira (12) a lista das empresas selecionadas na Chamada Pública para seleção de Planos de Negócio voltados à transformação de minerais estratégicos, com foco na transição energética e na descarbonização da economia. Foram selecionados 56 planos de negócios para a próxima fase de elaboração do Plano de Suporte Conjunto (PSC), totalizando R$45,8 bilhões. O Nordeste foi a região com maior volume de investimentos dos projetos selecionados, 41% do total (R$18,5 bilhões), distribuídos em 13 projetos (23% do total). Entre os estados da região, a Bahia lidera com 9 projetos selecionados, o que corresponde a 25% do total de investimentos.
No ranking nacional, a Bahia foi o segundo estado com maior número de projetos, atrás apenas de Minas Gerais. No Nordeste, também foram selecionados projetos no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí e Ceará. Somados, Norte e Nordeste foram responsáveis por 32% do número de projetos selecionados e em valor, correspondem a 56% do total dos projetos aprovados (R$25,4 bi).
Após a seleção , os planos escolhidos receberão indicação de instrumentos financeiros do BNDES e da Finep que poderão ser utilizados para apoiar a realização dos empreendimentos. As propostas foram analisadas por um grupo de trabalho formado por representantes do BNDES e da Finep , como previsto no edital. A lista das empresas selecionadas está disponível neste link: bndes.gov.br/minerais-estrategicos.
Dentre os selecionados, destacam-se 10 projetos direcionados para terras raras; 8, lítio; 6, grafite; 4, cobre; 4, silício; e projetos para níquel, titânio e minerais do grupo da platina. Alguns projetos podem contemplar mais de um mineral. Esses minerais são fundamentais para aplicações em baterias, motores elétricos, painéis solares, eletroeletrônicos, e tecnologias relacionadas à economia verde e à indústria de baixo carbono.
Propostas
Aberta em janeiro deste ano, a chamada pública recebeu 124 propostas de empresas e consórcios interessados em desenvolver soluções tecnológicas e industriais para atender à demanda crescente por materiais críticos. Cada proposta deveria apresentar apenas um Plano de Negócio, com necessidade de financiamento superior a R$20 milhões.
“O valor total demandado somou R$85,2 bilhões, volume que evidencia o tamanho da oportunidade e do interesse para desenvolver essa cadeia no Brasil. Esses minerais, além de serem críticos para o avanço da transição energética, estão no centro de uma disputa global por capacidades produtivas ligadas às novas indústrias, como é o caso das baterias e dos veículos elétricos. O Brasil possui condições únicas para se tornar um grande produtor desses materiais, com baixas emissões e melhores padrões de sustentabilidade”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Nordeste foi a região com maior volume de investimentos em projetos selecionados, 41% do total
Lançada em janeiro, a iniciativa visa fomentar investimentos em produção, inovação e manufatura, envolvendo elementos como lítio, grafite, cobre, níquel, terras raras e outros minerais essenciais para tecnologias limpas e renováveis. Inicialmente, a ação indicou a disponibilização de até R$5 bilhões em instrumentos financeiros, incluindo crédito, subvenção econômica e apoio não reembolsável. As empresas participantes puderam submeter seus planos de negócios individualmente ou de forma consorciada até o dia 30 de abril.
Para José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, a seleção das propostas marca um passo decisivo da Nova Indústria Brasil para transformar o potencial mineral brasileiro em projetos concretos que impulsionarão a cadeia de valor da transição energética.
“Estamos avançando com investimentos estratégicos que combinam inovação, sustentabilidade e geração de empregos de qualidade. A seleção das propostas demonstra o compromisso do governo do Presidente Lula em gerar oportunidades de desenvolvimento para o país e para o povo brasileiro. Estamos pavimentando um caminho de crescimento sustentável, fortalecimento da indústria nacional e protagonismo global na transição energética”, conclui Gordon.
Finep
Para o presidente da Finep, Elias Ramos, “ao apoiar esses investimentos contribuímos diretamente para a autonomia tecnológica, posicionando o país como protagonista de uma economia de baixo carbono.”
O edital definiu como elegíveis para o processo seletivo empresas brasileiras com atuação nas cadeias produtivas de minerais para transição energética e descarbonização.
Também puderam participar empresas que realizam atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação com objetivo de desenvolver as tecnologias e capacidades objetos desta chamada e empreender atividade de produção e/ou comercialização de materiais transformados ou produtos manufaturados para transição energética e descarbonização.
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