A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) criticaram duramente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar para 13,25% ano ano a taxa básica de juros, a Selic. Para as entidades, a decisão do BC, anunciada nesta quarta-feira, representa um aperto monetário excessivo, que dificulta a recuperação econômica, freia o crescimento da indústria e impõe desafios adicionais ao setor produtivo.
“O nível elevado da taxa de juros desestimula investimentos, reduz a competitividade da indústria e impacta negativamente a geração de emprego e renda”, afirma Fieb, em nota. No comunicado, a entidade lembra que, atualmente, a taxa de juros real no Brasil, acima de 8% ao ano, está entre as mais altas do mundo, em um cenário no qual a inflação acumulada em 12 meses está em 4,87%, próxima ao teto da meta.
“A Fieb reforça a necessidade de uma reavaliação da política monetária, com a início de um processo gradual de redução da Selic, de forma coordenada com o ajuste fiscal. Uma política de juros mais equilibrada, aliada a um compromisso firme com a responsabilidade fiscal, é essencial para impulsionar os investimentos, fortalecer a competitividade da indústria e enfrentar os desafios socioeconômicos do país”, diz a nota.
CNI
Já a CNI considerou “injustificado” o aumento de um ponto percentual (p.p.) na Selic e afirma que é mais um movimento da política monetária que ocorre em consequência da longa cultura de juros reais elevados que persiste no Brasil.
“Com a decisão, o Banco Central mostra que continua ponderando equivocadamente os fatos econômicos mais relevantes do cenário atual, principalmente no que diz respeito ao quadro fiscal e à desaceleração da atividade do país”, diz o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Por isso, os setores econômicos defendem um pacto nacional, que envolva todos os Poderes, empresários e trabalhadores, pela criação de um consenso em torno de metas fiscais e de políticas econômicas estruturantes, garantindo estímulos seletivos que assegurem a continuidade dos investimentos, enquanto se busca o equilíbrio das contas públicas e o combate à inflação. A busca pela disciplina fiscal deve vir acompanhada de medidas de incentivo à inovação, à infraestrutura, à educação e à tecnologia, garantindo uma elevação do PIB no médio e longo prazo, gradual e sustentada.
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