O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV Ibre subiu 1,1 ponto em junho, para 94 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice se mantém estável ao variar -0,1 ponto, para 93,8 pontos. Em junho, houve alta da confiança em 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O resultado reflete melhora tanto nas avaliações sobre a situação atual, quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) e o de Expectativas (IE) avançaram 0,6 e 1,6 ponto para 92,4 pontos e 95,6 pontos, respectivamente.
Entre os quesitos que integram o ISA, a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda foi o que mais influenciou positivamente o resultado do índice com alta de 2,9 pontos no indicador para 95,3 pontos. O indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios também melhorou ao subir 2,2 pontos para 98,2 pontos.
No sentido contrário, o indicador que mede o nível de estoques piorou ao subir 3,6 pontos para 110,2 pontos, resultado mais alto desde junho de 2020 (118,6 pontos), mês em que a economia ainda sofria com o lockdown. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Em relação as perspectivas futuras, os empresários estão menos pessimistas após acumular duas quedas consecutivas. Os indicadores que medem a produção prevista para os próximos três meses e a tendência dos negócios para os próximos seis meses foram os que exerceram maior influência no índice. Ambos os indicadores subiram 1,7 ponto, para 98,3 e 89,3 pontos, respectivamente. No mesmo sentido, o emprego previsto avançou pelo segundo mês consecutivo ao variar 1,5 ponto, para 99,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria teve ligeira melhora ao crescer 0,3 ponto percentual, para 80,4%.
Redução do pessimismo
“O resultado de junho da sondagem mostra redução do pessimismo por parte dos empresários. A melhora nos índices foi influenciada não apenas pela ligeira melhora da situação atual, mas também pelas perspectivas menos negativas em relação aos próximos meses. Mesmo com o resultado positivo nas categorias de uso de bens de consumo duráveis e não duráveis, a tendencia é de manutenção da cautela nos segmentos aderentes à essas grandes categorias que continuam lidando com elevado nível dos estoques e demanda ainda insuficiente”, diz Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.
“O atual cenário desafiador para a indústria, com taxa de juros elevada e aumento do endividamento, ainda cria um ambiente de incerteza nos empresários em relação à um segundo semestre difícil, porém com alguma melhora na demanda”, acrescenta Stéfano Pacini.
Leia também: Santander Brasil oferece mais 800 vagas para assessores de investimentos