A Petroborn – empresa brasileira especializada em revitalização de campos maduros terrestres – prepara uma nova fase de crescimento com foco na Bahia. Nos próximos dois anos, a companhia vai investir cerca de US$15 milhões em um programa de desenvolvimento de ativos que inclui perfuração de novos poços, reentradas e instalação de tancagens. O plano é impulsionar a produção de gás e petróleo em seus cinco campos operados no estado.
“Vamos entrar agora na fase de investimentos em perfuração de poços. A estimativa inicial é perfurar 9 poços”, disse Marcos Farina, CEO da Petroborn, em entrevista ao IndústriaNews. A estratégia da empresa combina experiência técnica e conhecimento profundo da geologia local com uma operação enxuta e de alta eficiência. A companhia pretende ainda aplicar US$20 milhões para novas aquisições, com o objetivo de consolidar sua presença no Nordeste.
Desde sua fundação, em 2015, a Petroborn tem concentrado seus esforços exclusivamente na Bahia. A estreia da empresa no setor se deu com a aquisição do campo de gás de Iraí, na Bacia do Tucano Sul, que se tornou um caso de sucesso.
Com área de 12,3 km² e 100% de participação da companhia, o campo atingiu, em 2020, o pico de produção de 75 mil m³/dia de gás com três poços em operação. Hoje, a produção está em 35 mil m³/dia, mas a expectativa é multiplicar esse volume por quatro.
“Só no Iraí, devemos chegar a 140 mil m³/dia com tranquilidade”, projeta Farina. Uma certificação de reservas realizada no campo apontou um volume de 218 milhões de m³ de gás, com valor presente líquido estimado em US$37 milhões.
Outros ativos
Além de Iraí, o portfólio da Petroborn inclui outros quatro ativos baianos. O bloco TUC-T-172, adquirido em 2020, também na Bacia do Tucano Sul, vem passando por estudos sísmicos e geológicos e é visto com grande potencial.

Já na Bacia do Recôncavo, a companhia comprou os blocos REC-T-103 e REC-T-165 no final de 2022, ao lado dos históricos campos de Buracica e Taquipe, da Petrobras. Para explorar o potencial da área, a Petroborn firmou uma parceria com geólogos experientes, ex-Petrobras.
“Esses blocos podem representar uma virada de chave. Temos ao nosso lado profissionais que conhecem a região como poucos e enxergam ali uma grande oportunidade”, destaca Farina.
Em 2024, a empresa incorporou também o campo de petróleo de Bela Vista, em Entre Rios, anteriormente operado pela Imetame. Com esse movimento, a Petroborn amplia seu foco, tradicionalmente voltado ao gás, e avança na diversificação de seu portfólio. A produção do campo é de 300 barris de petróleo por dia.
Operação
A operação da Petroborn é caracterizada por uma logística simplificada: o gás é vendido direto na boca do poço para uma empresa que o comprime e transporta em caminhões para diversos clientes. No caso do petróleo, há diversos compradores no mercado regional.

Para dar conta da expansão, a empresa se prepara para um leve crescimento no quadro de pessoal, mas segue com uma abordagem enxuta e de alta produtividade.
“Todos os nossos ativos estão na Bahia. Esse foco regional nos dá uma vantagem competitiva enorme, porque conhecemos as bacias, temos relação com os agentes locais e operamos com mais eficiência”, resume o CEO.
Com uma estratégia centrada na aquisição, revitalização e desenvolvimento de campos terrestres, a Petroborn se consolida como uma das operadoras independentes mais atuantes do setor. Após fortalecer sua base na Bahia, a empresa pretende, no futuro, avançar com novas aquisições em outros estados do Nordeste.
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