Por Tânia Oberding*
Nos últimos anos, a Bahia se estabeleceu como um dos principais polos químicos do Brasil, onde encontram-se grandes empresas nacionais e internacionais. O Estado também tem sido estratégico para o setor devido sua diversidade de recursos e ambiente aberto para a inovação, impulsionando a economia local e nacional. É o que mostra o levantamento da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb): cerca de 18% do PIB industrial baiano vem da indústria química, além disso, é responsável por uma parcela significativa das exportações locais.
O Polo Industrial de Camaçari, localizado na região metropolitana de Salvador, é um exemplo disso, pois conta com uma infraestrutura adequada com uma cadeia produtiva integrada. Criando um ambiente favorável para sinergias e parcerias eficazes, contribui para a criação de uma economia de escala, fortalecendo a competitividade das indústrias presentes no local.
A indústria química baiana também tem destaque na busca por inovação e aplicação de tecnologias mais atualizadas. Isso é o que vivemos na prática, com empresas investindo em pesquisas de desenvolvimento e de aprimoramento de processos produtivos, para fabricação de produtos de maior valor agregado e com soluções sustentáveis.
Por isso, temos muito a comemorar. O Complexo Acrílico é uma das indústrias localizadas no Polo e mantém a sua jornada contínua de excelência operacional; implementamos a cada ano oportunidades de melhorias em custos e em ganhos de eficiência produtiva, distribuídos ao longo de suas três plantas produtivas – ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes. As nossas fábricas têm produção em escala mundial – o que representa cerca de 340 mil toneladas por ano de produtos como superabsorventes (SAP), ácido acrílico e acrilato de butila; matérias-primas para produtos como fraldas, tintas, tecidos e adesivos e materiais para construção civil.
O Complexo Acrílico é uma das indústrias localizadas no Polo e mantém a sua jornada contínua de excelência operacional
Nessa mesma linha, ainda fomentamos a sustentabilidade ambiental no Complexo. Por exemplo, em 2022, atingimos uma melhora significativa no volume total de emissões de CO₂ na América do Sul. Graças, principalmente, à Unidade de Recuperação de Energia da Basf e a matriz energética limpa, foi atingida uma redução de 22% em relação ao ano-base de 2018, muito próxima da meta global da empresa, que é de 25% de redução até 2030, além da jornada rumo à neutralidade climática com emissões líquidas zero até 2050.
Entre os benefícios locais, o Complexo traz inovação à indústria de Camaçari, incentiva a educação e o crescimento profissional, fortalece o relacionamento com as comunidades do entorno e atrai outros investimentos para a região.
É evidente a relevância e o destaque da indústria química na Bahia, com sua diversificação setorial, geração de empregos e investimentos estratégicos, a indústria contribui significativamente para o crescimento econômico do Estado e do país. Diante das perspectivas futuras, é imprescindível que sejam mantidos os investimentos em pesquisa, tecnologia e sustentabilidade. Dessa forma, conseguimos colocar o Brasil na vanguarda de inovações química, gerar arrecadação e impactar positivamente a balança comercial. Afinal de contas, produzimos química para um futuro sustentável.
*Tânia Oberding, é formada em Química pela Universidade de São Paulo e é Diretora do Complexo Acrílico da Basf em Camaçari
Leia também: JBS já conta com 6,8 mil imigrantes em sua força de trabalho