AOS NOSSOS LEITORES
O portal IndústriaNews estreia hoje (10/6) um novo espaço de informação: a coluna A SEMANA. Todos os sábados – cedinho – você irá encontar aqui um resumo das notícias mais importantes da semana, sempre com um tom mais crítico e analítico. Vamos falar da indústria de transformação, mineração, comércio, turismo, política, educação, esporte, cultura, dentre outros assuntos e temas. O objetivo é contribuir para formar opinião, esclarecer fatos, desmentir outros, e deixar você ainda mais informado. Boa leitura!
O PIBinho baiano
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou, na quarta-feira (7/6), o resultados do PIB da Bahia no primeiro trimestre do ano.
O resultado foi ruim.
A economia baiana registrou um crescimento de 1,1% na comparação com igual período de 2022. Uma performance bem modesta tendo em vista o que se perdeu nos últimos anos por conta da pandemia.
Ainda mais preocupante quando se compara com a média do país. O PIB do Brasil registrou, na mesma base de comparação, uma alta de 4%.
De acordo com a SEI, a agropecuária (sempre ela) puxou a expansão da economia estadual. O crescimento do setor foi de 8,4%. No Brasil como um todo, a performance do segmento foi muito melhor (18,9%).
O setor de serviços registrou alta de 1,8%. Também neste caso, o desempenho nacional foi superior (2,9%).
A grande decepção nos primeiros três meses do ano foi a indústria, que registrou uma queda de 2,4% na Bahia. As atividades de transformação e da construção, que juntas representam quase 80% do setor no estado, não foram nada bem no trimestre. No país, a indústria avançou 1,9%.
Além do PIBinho, a sensação de mal-estar com relação à economia persiste entre os baianos.
A informalidade é extremamente elevada, a renda dos mais pobres segue pressionada pela inflação dos alimentos e a inadimplência é recorde.
Se não bastasse, ainda tem a tal violência, que tira a paz dos baianos e é um sério obstáculo para a economia.
E o futuro?
A Bahia tem se consolidado cada vez mais como uma economia com forte componente agroindustrial. É uma vocação natural que precisa ser incentivada.
Melhorar o ambiente de negócios para o agropecuarista é fundamental. O estado ainda carece de logística, boas estradas, oferta de energia e até internet de boa qualidade.
Mas é preciso ir além. Diversificar a economia e atrair novas indústrias são fundamentais.
Por fim, é preciso potencializar o seu maior mercado, que é Salvador.
Em resumo: há muito, muito, trabalho pela frente.
Aeroporto às escuras
A concessão do Aeroporto de Salvador para a Vinci Airports trouxe inegáveis benefícios para a Bahia, como a modernização do terminal de passageiros e a atração de novos voos e mais turistas. O terminal foi apontado pela Anac como o mais sustentável do Brasil por dois anos consecutivos.
Gol de placa da Vinci.
O gol contra tem sido os apagões.
O da última terça-feira (6/6), que fechou o aeroporto por mais de 6 horas, provocou o cancelamento de mais de 40 voos e enormes prejuízos para as companhias aéreas, passageiros e para a imagem da concessionária.
É bom lembrar: este foi o segundo apagão no aeroporto desde que a Vinci assumiu a concessão.
Há cinco anos, o aeroporto também ficou às escuras.
Um jornalista, que estava em um voo de São Paulo com destino a Salvador, recorda bem o que passou naquela noite de 26 de junho de 2018.
“Estava voltando de São Paulo. Tinha trabalhado o dia inteiro, louco para chegar em casa. Quando estava próximo de Salvador, por volta das 20 horas, o comandante da Gol avisou que não teria como pousar em Salvador por conta do apagão. Fomos para Aracaju. Num primeiro momento, a empresa resistiu em levar os passageiros para um hotel. Houve protestos, e então foi resolvido. Chegando num hotel, não havia comida para todo mundo. Saímos de Aracaju no dia seguinte, de ônibus. Só cheguei em Salvador por volta das 15 horas. Que saga!”
Perceberam?
A mãe de todos os gargalos
O IBGE divulgou esta semana uma pesquisa que mostra bem em que pé anda a educação da Bahia. Apesar da pandemia, o índice de analfabetismo no estado registrou uma forte recuo (12,5%) no ano passado em relação a 2019.
Em termos absolutos, significa que 173 mil pessoas em todo estado deixaram a condição de analfabetas. A taxa caiu mais nos grupos populacionais em que era maior: idosos de 60 anos ou mais de idade e pessoas que se declaram de cor parda ou preta.
Apesar do avanço, a Bahia conta com 1,214 milhão de pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabem ler nem escrever um bilhete simples.
É muita gente. É 10,3% de toda a população do estado. É quase o dobro da média nacional (5,6%).
A educação é a mãe de todos os gargalos da Bahia, com sérios reflexos, inclusive, na economia.
Melhorar a educação requer investimentos. O primeiro deles é valorizar os professores de modo que a carreira se torne atrativa.
Mas é preciso muito mais.
Garantir escolas com infraestrutura decente, aumentar o número de horas de ensino, usar mais tecnologia, implantar a meritocracia para professor, avaliar os alunos de forma contínua nas principais áreas (matemática e língua portuguesa) etc etc.
É muita coisa.
Petrobras tira a Unigel do sufoco
A boa notícia para o setor industrial baiano esta semana foi o anúncio da Petrobras de que analisa uma série de negócios conjuntos com a Unigel. Os projetos envolvem, principalmente, o desenvolvimento de oportunidades nas áreas de fertilizantes e hidrogênio verde.
Tudo a ver com a Bahia.
Só para lembrar: as plantas da antiga Fafen (fábrica de fertilizantes) da Petrobras na Bahia e em Sergipe foram arrendadas pela Unigel em 2020. E há espaço para aumentar a produção.
A Unigel – segunda maior petroquímica do país – já iniciou a construção de uma planta de hidrogênio verde em Camaçari. Trata-se de um investimento que chega a quase R$7,5 bilhões.
Muito dinheiro para a Unigel neste momento de crise, mas nem tanto para a Petrobras.
Capitalizada, a estatal tem dólares em caixa para bancar projetos desse tipo e até maiores.
Além disso, o projeto baiano vai ao encontro do que pensa o presidente da estatal, Jean Paul Prates, que tem afirmado que quer a “empresa liderando a transição energética e o processo de descarbonização”.
Abre aspas
“O agronegócio é um setor fundamental e que sempre foi muito bem tratado pelo nosso governo e agora estamos aqui com o nosso ministro para trazer mais investimentos para o setor. Quando a agricultura vai bem, o setor de máquinas também vai. Quero que a gente produza, venda muito mais e exporte muito mais, porque tudo isso é riqueza para esse país”
Trecho do discurso do presidente Lula na abertura da Bahia Farm Show
Anote
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- A indústria de bebidas Água da Serra, com sede em Santa Catarina, vai investir R$80 milhões na implantação de uma unidade no município de Entre Rios. Vai produzir refrigerantes de diversos sabores, o energético XP e os chás Laví. A fábrica entra em operação no ano que vem.
- O banco Itaú desembolsou R$1 bilhão para virar sócia da Engie no Conjunto Eólico Serra do Assuruá, em Gentio do Ouro.
- A Veracel vai concluir até o final deste ano as obras de construção da BA-658. A empresa está investindo R$100 milhões no projeto. O trecho vai reduzir em 56 quilômetros a distância entre a base florestal da Veracel – suas áreas de plantação de eucalipto, localizadas ao norte do Rio Jequitinhonha – e a fábrica de celulose da empresa, em Eunápolis.
O número
0,35%
Foi a inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS) no mês passado. O IPCA voltou a desacelerar (aumentar menos do que no mês anterior) após fechar abril em 0,50%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, porém, a inflação na RMS é a mais alta do país: 3,23%.
A imagem
Semana que vem
- O IBGE divulga nesta terça-feira, dia 13, os dados da produção da indústria baiana do mês de abril.
- Na quarta-feira, dia 14, a Polo Salvador lançará, em parceria com a organização alemã CHT, a primeira camisa polo antibacteriana do Brasil feita com PET reciclado e algodão BCI.
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